Milícias xiitas se unem à ofensiva contra EI em Mossul, no Iraque
Milícias xiitas anunciaram neste sábado (29) que lançaram uma ofensiva contra as forças do grupo terrorista Estado Islâmico no oeste de Mossul, no Iraque.
A batalha pelo controle de Mossul deve ser a maior nos 13 anos de turbulência vividos pelo país desde que a invasão ao país, liderada pelos EUA em 2003, derrubou o sunita Saddam Hussein do poder e elevou a maioria xiita iraquiana ao poder.
Um porta-voz das milícias xiitas, conhecidas como Hashid Shaabi ou Mobilização Popular, disse que milhares de combatentes começaram operações na manhã deste sábado para "limpar os redutos do EI na região oeste de Mossul".
Zohra Bensemra/REUTERS | ||
Soldados curdos conversam com crianças que fugiram da vila de Abu Jarbuah, a leste de Mossul |
A cidade é a maior já controlada pelo Estado Islâmico e uma derrota ali seria simbólica na batalha contra o EI. Foi de uma mesquita em Mossul que, há dois anos, o líder do grupo terrorista, Abu Bakr al-Baghdadi, declarou um califado em território que pertence ao Iraque e à Síria.
Segundo o porta-voz das forças xiitas, o plano é capturar vilas ao oeste de Mossul e chegar até a cidade de Tal Afar, a cerca de 55 km da cidade. Se bem-sucedida, a ofensiva deixará as forças do EI cercadas pelas forças da coalizão, que já controla os flancos sul, leste e norte da cidade e vêm avançando nestas frentes há quase duas semanas.
Além das milícias xiitas, participam da batalha cerca de 30 mil combatentes do Exército iraquiano, das forças peshmerga curdas e de milícias árabes aliadas. A coalizão internacional liderada pelos EUA dá apoio técnico à ofensiva e realiza ataques aéreos contra posições do EI.
Até agora, a operação conseguiu liberar alguns vilarejos e cidades na região, mas soldados ainda não chegaram a Mossul. Autoridades militares dos EUA disseram nesta semana que, desde o início da operação, foram mortos entre 800 e 900 combatentes do EI.
A batalha por Mossul teve início em 17 de outubro. A operação tenta expulsar os extremistas da cidade, que já foi a segunda maior do Iraque e onde moram 1,5 milhão de pessoas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta sexta-feira (28) que o Estado Islâmico sequestrou 8.000 famílias dos arredores de Mossul para usá-las como escudos humanos.
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