Turquia demite 10 mil servidores por relação com tentativa de golpe
O governo turco demitiu mais de 10 mil funcionários públicos por suspeita de conexão com o clérigo Fethullah Gulen, acusado por Ancara de orquestrar a tentativa de golpe de julho passado.
Milhares de acadêmicos, professores e profissionais da área de saúde estão entre os demitidos. A decisão foi tomada via decreto emergencial, publicado no diário oficial do país na noite deste sábado (29). A medida suspende ainda a eleição de reitores nas universidades.
Umit Bektas-29.out.2016/REUTERS | ||
Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, participa de evento pelo Dia da República, em Ancara |
No mesmo dia, 15 veículos de imprensa, a maioria com base no sudeste do país, de forte presença curda, foram fechados.
Em 15 de julho passado, uma facção dissidente das Forças Armadas tentou derrubar o governo conservador do presidente Recep Tayyip Erdogan. Ao menos 270 pessoas foram mortas em confrontos durante a tentativa de golpe.
Em resposta, o presidente lançou um extenso expurgo em setores como Forças Armadas, educação, judiciário e imprensa que já levou a mais de 37 mil pessoas detidas e cerca de 100 mil servidores, incluindo juízes, promotores e policiais, demitidos ou suspensos. Mais de 160 veículos de imprensa foram fechados.
O governo argumenta que a ação visa a retirar os apoiadores de Gulen do aparato estadual.
Gulen, autoexilado nos EUA, afirma que ele e seu movimento sofrem uma "caça às bruxas", após terem sido enganados por Erdogan e um governo que hoje "parece com uma ditadura".
A Turquia quer que os EUA extraditem o clérigo. Washington ainda não anunciou sua decisão sobre a extradição, mas não parece disposta a aceitar o pedido.
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