Jerusalém cancela votação sobre novas casas em território palestino na cidade
20.set.2016 - Mahmoud Illean/Associated Press | ||
Palestino caminha em área de construção de apartamentos israelenses em bairro de Jerusalém Oriental |
A Prefeitura de Jerusalém cancelou uma votação nesta quarta-feira (28) sobre a construção de cerca de 500 novas casas para israelenses na parte oriental da cidade, em tese administrada pelos palestinos.
Segundo um membro do Comitê de Planejamento e Habitação de Jerusalém, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu pediu o adiamento da decisão, à espera do pronunciamento do secretário de Estado americano, John Kerry.
"O primeiro-ministro disse que apoia as construções em Jerusalém, mas que não precisamos inflamar a situação ainda mais", afirmou Hanan Rubin.
O porta-voz de Netanyahu não se manifestou.
Segundo o grupo Ir Amim, que se opõe aos assentamentos judaicos, a prefeitura aprovou, no entanto, a construção de um prédio de quatro andares para assentados em um bairro palestino de Jerusalém Oriental.
Núcleo de Imagem/Folhapress | ||
A proposta de construção de casas em Jerusalém Oriental é parte do plano de assentamentos condenado pelo Conselho de Segurança da ONU na semana passada.
Aproximadamente 570 mil israelenses vivem na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, em meio a 2,6 milhões de palestinos.
VOTAÇÃO HISTÓRICA
Na primeira vez em oito anos que a ONU se manifestou sobre a questão israelo-palestina, o Conselho de Segurança aprovou por unanimidade resolução em que condenou os assentamentos israelenses em territórios palestinos, afirmou que eles não têm validade legal e exigiu que Israel ponha fim à construção de novas colônias.
A abstenção dos EUA, aliados históricos de Israel, possibilitou o resultado da votação. Por serem um dos cinco membros permanentes do conselho —juntamente com China, Rússia, Reino Unido e França—, os americanos têm poder de veto.
Em represália, Netanyahu, convocou no domingo (25) o embaixador americano em Tel Aviv, Daniel Shapiro, para tratar da abstenção inédita. A convocação do embaixador é vista como uma espécie de reprimenda nas relações diplomáticas entre países.
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