Descrição de chapéu The New York Times

Pesquisa mostra que só 8% dos americanos acreditam em notícias falsas

NEIL IRWIN
DO "NEW YORK TIMES"

Pesquisas de dois economistas jogam um pouco de água fria na teoria de que as notícias falsas tiveram grande influência no resultado da eleição dos EUA em 2016.

Hunt Allcott, da Universidade de Nova York, e Matthew Gentzkow, de Stanford, encomendaram uma pesquisa no final de novembro esperando discernir até que ponto algumas das notícias falsas marcaram os eleitores americanos. Os dois perguntaram às pessoas, entre outras coisas, se elas tinham ouvido notícias diversas que refletiam de modo positivo ou negativo um candidato.

Havia notícias verdadeiras, notícias falsas —identificadas por sites de verificação como Snopes e PolitiFact— e manchetes inventadas pelos pesquisadores.

Mais pessoas relataram ter ouvido e acreditado em declarações verdadeiras do que nas falsas. Só 15,3% da população lembrava ter lido reportagens sobre notícias falsas, e 7,9% ter lido e acreditado nelas.

O resultado mais interessante: esses números são quase idênticos à porcentagem que relatou ter visto (14,1%) e acreditado (8,3%) nos placebos, as reportagens falsas criadas pelos pesquisadores —que nunca foram publicadas.

Isto é, cerca de 8% da população adulta —se levarmos em conta os dados da pesquisa— está disposta a acreditar em qualquer coisa que pareça plausível e se encaixe em seus preconceitos sobre os heróis e os vilões da política.

"As falsas lembranças estão incrivelmente relacionadas com os antecedentes das pessoas", diz Gentzkow. "Sabemos que nossas memórias são imperfeitas. Se você me perguntar se eu vi alguma coisa, eu estou em parte me perguntando qual a probabilidade de que eu a tenha visto. As pessoas fazem inferências."

Allcott e Gentzkow fazem um cálculo sobre quão influente uma notícia falsa precisaria ter sido sobre as pessoas para ter afetado os resultados da eleição. Eles concluíram que um único artigo publicado precisaria ser tão persuasivo quanto 36 anúncios de campanha na televisão para fazer a diferença no resultado.

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