Direita de Israel vê Donald Trump com simpatia

DANIELA KRESCH
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM TEL AVIV

Há dois consensos, em Israel, quanto ao novo presidente americano, Donald J. Trump. O primeiro é de que a maioria dos israelenses acredita que o relacionamento entre o país e os Estados Unidos melhorará com Trump na Casa Branca. Segundo enquete do Israel Democracy Institute, 69% dos israelenses judeus –que representam 75% da população– acreditam que Trump terá uma atitude amigável em relação a Israel.

O fato de que a filha mais velha do republicano, Ivanka, se converteu ao judaísmo em 2006 para se casar com Jared Kushner, um dos braços direitos do sogro, ajudam nessa percepção.

Em entrevista publicada nesta quinta (19) no jornal "Israel Hayom" –de propriedade do milionário americano Sheldon Adelson, aliado de Netanyahu– Trump afirmou que mantém planos para a mudança da embaixada.

"É claro que eu me lembro do que eu falei sobre Jerusalém. Você sabe que eu não sou uma pessoa que quebra promessas", disse Trump.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, afirmou que a transferência poderia "destruir as perspectivas de qualquer processo político". Osama Qawasmeh, porta-voz do partido Fatah, de Abbas, foi mais enfático ao dizer que a medida poderia "abrir os portões do inferno na região e no mundo".

INCONSISTÊNCIAS

Apesar de entusiasmo de alguns, ainda há dúvidas. Durante sua sabatina no Senado, no último dia 12, o novo secretário da Defesa, James Mattis, disse que a capital de Israel é Tel Aviv.

A mesma inconsistência marca a posição de Trump em relação ao Irã. Num de seus discursos de campanha, Trump prometeu "desmantelar" o acordo, firmado em 2015, que pretende conter o programa nuclear da república islâmica. Noutro, afirmou que vai "fazer cumprir os termos do acordo".

"O futuro da Era Trump provavelmente não será tão brilhante quanto Netanyahu e Bennett esperam, simplesmente porque não há maneira de saber o que o novo presidente dos Estados Unidos fará. Hoje ele pode ser mais sionista do que Netanyahu, e amanhã? Quem sabe?", pergunta o colunista Aviad Kleinberg, do jornal israelense "Yedioth Aharonoth".

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.