Líder mexicano deve cancelar visita se não quiser pagar por muro, diz Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (26) que se o México não quer pagar pela construção do muro na fronteira entre os dois países, então é melhor que o presidente Enrique Peña Nieto cancele a visita que pretendia fazer a Washington.
"OS EUA têm um deficit de US$ 60 bilhões com o México. Desde o começo, o Nafta tem sido um acordo unilateral com números grandes de empresas e empregos perdidos. Se o México não quer pagar pelo tão necessário muro, então é melhor cancelar a visita agendada", afirmou Trump no Twitter.
Após o republicano autorizar nesta quarta-feira (25) o início das obras do muro fronteiriço, Penã Nieto voltou a negar que o México irá pagar pela construção.
"Lamento e reprovo a decisão dos EUA de continuar a construção de um muro que deseja há anos que, longe de nos unir, nos divide", disse.
O líder mexicano, contudo, não se pronunciou sobre o status de sua viagem aos EUA, que deveria ocorrer em breve. Ele tem sido pressionado por opositores a cancelar a visita devido à iniciativa de Trump de construir o muro.
No encontro, Trump e Peña Nieto deveriam discutir temas como comércio e imigração, além da construção do muro.
O presidente americano anunciou no domingo (22) que iniciará conversas com México e Canadá para renegociar os termos do Nafta (acordo de livre comércio da América do Norte). Trump ameaçou retirar os EUA do tratado caso não haja concessões de seus parceiros comercias.
Reprodução/Facebook | ||
O presidente do México, Enrique Peña Nieto, repudia construção de muro na fronteira com EUA |
CHELSEA MANNING
Também no Twitter, Trump atacou a militar Chelsea Manning, presa por vazar documentos confidenciais do Exército americano para o site Wikileaks em 2010.
"Chelsea Manning, TRAIDORA ingrata que nunca deveria ser liberada de prisão, agora está chamando o presidente Obama de um líder fraco. Terrível!", disse.
Manning teve sua pena drasticamente reduzida por Barack Obama na semana passada, às vésperas de ele deixar a Presidência dos EUA.
Nesta quarta-feira (25), a militar publicou um artigo no jornal britânico "the Guardian" crítico ao legado de Obama, que classificou de "vulnerável".
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