Militar francês atira contra homem com faca no Louvre, em Paris
Um homem armado com uma faca atacou soldados franceses nesta sexta-feira (3) na entrada do Museu do Louvre, em Paris, e foi atingido por disparos.
Ele tentava entrar em uma galeria comercial embaixo do museu carregando duas malas e ao menos uma faca e agrediu um outro soldado, que foi levemente ferido.
O soldado disparou cinco vezes e o homem armado —que não tinha explosivos— ficou gravemente ferido.
Segundo o procurador da República em Paris, François Molins, o autor foi identificado como o egípcio Abdullah Reda al-Hamamy, 29, que entrou na França com um visto de turista vindo de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Molins disse que o criminoso teria alugado em 26 de janeiro um apartamento em um bairro nobre de Paris por € 1.700 (R$ 5.715) por semana. Dois dias depois, ele comprou duas facas militares em uma loja de armas da cidade.
Além das facas, a polícia encontrou com ele uma mochila que só tinha latas de tinta em spray. No apartamento, foram achados um passaporte egípcio, € 965 (R$ 3.244) em espécie, um visto de residência e um cartão de crédito.
O presidente socialista, François Hollande, elogiou a coragem e a determinação do soldado afirmando haver poucas dúvidas sobre a natureza terrorista do ataque.
Donald Trump, presidente dos EUA, reagiu em um tuíte afirmando que o agressor representa "um novo terrorismo islâmico radical". "Turistas foram trancados. França no limite outra vez."
'DEUS É MAIOR'
A região foi interditada, e o museu, fechado. Cerca de 1.250 visitantes foram encaminhados a áreas seguras durante o incidente. Estações de metrô também foram interditadas temporariamente.
O soldado estava em patrulha quando foi atacado. Esse tipo de medida está em vigor desde o atentado ao semanário satírico "Charlie Hebdo", em janeiro de 2015.
O ataque ocorreu às 7h do horário de Brasília. De acordo com o chefe da polícia parisiense, Michel Cadot, o agressor, "armado com pelo menos um facão, e talvez com uma segunda arma, correu em direção à patrulha", fazendo ameaças e gritando "Deus é maior" em árabe.
Além do agressor, uma segunda pessoa "de comportamento suspeito" foi detida, informou o chefe da polícia.
EMERGÊNCIA
Alvo de um grande ataque em novembro de 2015, com 130 mortos em Paris e nas cercanias da capital, a França segue em estado de emergência até julho.
A segurança será um dos principais temas nas eleições presidenciais, com primeiro turno em 23 de abril.
Partidos populistas, como a ultradireitista Frente Nacional, se baseiam em um discurso de proteção às fronteiras e freio à migração. As pesquisas de opinião sugerem, por ora, que a Frente Nacional chegará ao segundo turno, em maio.
LOUVRE
O Louvre, que deve reabrir já neste sábado (4), é um dos principais museus do mundo, abrigando relíquias artísticas, como a Mona Lisa, e arqueológicas, como o Código de Hamurabi.
O fluxo de turistas tem sido drasticamente reduzido nos últimos meses após uma série ataques. O número de visitantes caiu 14,5% no ano passado, em relação a 2015.
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