"Se algo acontecer, culpem-no", diz Trump sobre juiz que barrou bloqueio
Kevin Lamarque/Reuters | ||
Donald Trump faz sinal de positivo ao sair da Casa Branca, em Washington; presidente criticou Judiciário |
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump subiu o tom das críticas contra um juiz federal que reverteu sua ordem de bloqueio de imigrantes de sete nações muçulmanas, e afirmou que essas cortes estão dificultando a segurança das fronteiras do país.
Em uma série de tuítes nos quais ataca o judiciário norte-americano, Trump afirmou que os americanos devem culpar o juiz James Robart e o sistema do país caso algo aconteça. O presidente não especificou quais ameaças o país enfrenta.
No primeiro tuíte, Trump afirma que "o juiz abriu nosso país para terroristas em potencial e pessoas que não tem nossos melhores interesses em mente. As pessoas más estão muito felizes!".
Em seguida, presidente afirma que "não acredita que o juiz poria o país em tamanho perigo. Se algo acontecer, culpem a ele e ao sistema judiciário. As pessoas estão chegando aos montes. Ruim!"
O presidente chamou Robart de "suposto juiz" no sábado (4), um dia depois que o jurista, de Seattle, emitiu uma ordem que removia o banimento de 90 dias de cidadãos do Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen, além da proibição na entrada de refugiados por 120 dias.
Trump acrescentou que havia orientado ao Departamento de Segurança Interna para que "checasse cuidadosamente as pessoas que entram no país, mas a corte está dificultando o trabalho".
O Judiciário norte-americano negou, ainda no sábado, que a decisão do juiz Robart fosse revertida.
O vice-presidente Mike Pence defendeu Trump neste domingo (5), afirmando que o mandatário "tem todo o direito de criticar outros poderes", em entrevista ao programa "Meet the press", da NBC.
O tom usado pelo presidente continuou sendo criticado pela oposição e pelos aliados. "Não temos pseudo juízes, pseudo senadores ou pseudo presidentes", disse o senador republicano Ben Sasse.
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, ameaçou barrar a indicação de Neil Gorsuch para a Suprema Corte em retaliação. "O presidente não é um ditador", disse a senadora Dianne Feinstein.
O presidente Trump diz que as medidas são necessárias para proteger os EUA de militantes islâmicos radicais e emitiu a ordem executiva que barrava a entrada dos cidadãos de sete países no último dia 27. Entre outubro de 2015 e setembro de 2016, o país recebeu 89,9 mil refugiados, sendo eles 10 mil sírios.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis