Líder opositor russo acusa Kremlin de sabotar sua candidatura presidencial

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O líder opositor russo Alexei Navalny acusou o Kremlin de tentar impedir sua candidatura presidencial na eleição de 2018 após ser condenado, nesta quarta-feira (8), a cinco anos de prisão por desvio de fundos.

"O que estamos vendo agora é uma espécie de telegrama enviado pelo Kremlin dizendo que eles acham que eu, minha equipe e as pessoas cujas opiniões eu vocalizo são perigosos demais para participar da campanha eleitoral", afirmou Navalny, que ficou conhecido na Rússia por expor a corrupção no governo. Ele vai recorrer da decisão.

Navalny é acusado de ter organizado em 2009 o desvio de 400 mil euros em detrimento de uma empresa pública, quando ele era consultor do governador liberal da região de Kirov, 900 km a leste de Moscou.

O opositor, que diz que seu caso foi fabricado para afastá-lo da cena política, havia sido condenado a uma pena idêntica em um primeiro julgamento, denunciado como "arbitrário" e "de natureza política" em fevereiro de 2016 pela Corte Europeia de Direitos Humanos.

Logo após a leitura da sentença, Navalny disse: "A partir de amanhã, o Kremlin começará a cantar sua música, segundo a qual não tenho o direito de participar na campanha. Mas a Constituição estabelece que todos que não estão na prisão têm o direito de concorrer.

O presidente russo, Vladimir Putin, ainda não afirmou se vai buscar um quarto mandato como presidente nas eleições de 2018, mas é esperado que ele concorra.

Mesmo que Navalny consiga se candidatar, pesquisas mostram que ele perderia por uma margem considerável. O Kremlin, porém, se preocupa com a atenção que o opositor consiga atrair, especialmente em protestos anti-Putin nas grandes cidades, onde se concentra o maior apoio a Navalny.

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