Sobrevivente de ataque com gás VX no Japão relata o que sentiu

MARI YAMAGUCHI
DA ASSOCIATED PRESS, EM TÓQUIO

Um culto religioso japonês que executou um mortífero ataque com um gás que age sobre o sistema nervoso no metrô de Tóquio em 1995 também testou o agente nervoso VX, que as autoridades suspeitam tenha sido usado no assassinato de Kim Jong-nam, meio-irmão do ditador norte-coreano, Kim Jong-un, na Malásia.

Meses antes de matar cerca de uma dúzia de passageiros e ferirem dezenas de outros em um ataque com o gás sarin, que age sobre o sistema nervoso, no metrô de Tóquio, em março de 1995, o culto religioso Aum Shinrikyo testou o VX em pelo menos três vítimas, causando a morte de uma delas, que os membros do culto suspeitavam ser informante da polícia.

De acordo com documentos judiciais japoneses, dois químicos treinados que haviam aderido ao culto desenvolveram o VX em um laboratório especial, na metade de 1994. Inicialmente queriam produzir um quilo do composto, mas só conseguiram produzir 70 gramas.

Eles tinham um antídoto, mas os documentos judiciais não deixam claro se algum membro do culto adoeceu por exposição ao VX.

Mais de 20 anos depois do ataque, Nagaoka ainda sofre de torpor no lado direito de seu corpo, e usa um tubo de oxigênio inserido nas narinas para auxiliar sua respiração.

Nagaoka disse que quando viu um vídeo de segurança do aeroporto que mostrava Kim Jong-nam caminhando sem ajuda por algum tempo, mas depois perdendo gradualmente a velocidade, imaginou que ele pudesse ter sido atacado com VX.

Ele também disse que Kim talvez tivesse suado profusamente, como aconteceu com ele, mencionando as manchas de suor visíveis na camisa de Kim em um trecho do vídeo que o mostra esparramado em uma cadeira.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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