Rússia e China vetam sanções da ONU à Síria por uso de armas químicas
Li Muzi/Xinhua | ||
Reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, nesta terça-feira (28) |
A Rússia e a China vetaram nesta terça-feira (28) uma resolução da ONU apoiada por potências ocidentais que pretendia impor sanções à Síria devido ao uso de armas químicas.
A proposta de resolução, elaborada por Reino Unido, França e Estados Unidos, recebeu nove votos a favor no Conselho de Segurança, enquanto três países se opuseram a ela —China, Rússia e Bolívia. O Cazaquistão, a Etiópia e o Egito se abstiveram.
As resoluções da ONU precisam de nove votos a favor e nenhum veto para serem adotadas.
Foi a sétima vez que a Rússia, o principal aliado militar da Síria, usou seu poder de veto para proteger o regime do ditador Bashar al-Assad.
A China, que também é um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, se uniu à Rússia no veto a seis resoluções sobre a Síria.
O presidente russo, Vladimir Putin, havia advertido que impor sanções contra a Síria durante as negociações de paz em Genebra era "completamente inapropriado" e prejudicaria o esforço para acabar com os quase seis anos de guerra civil.
"Esta resolução é muito apropriada", disse a embaixadora dos Estados Unidos, Nikki Haley, ao conselho depois que a medida foi derrotada. "É um dia triste no Conselho de Segurança, quando os membros começam a dar desculpas para outros Estados-membros que estão matando seu próprio povo", acrescentou. "O mundo é definitivamente um lugar mais perigoso."
A resolução teria colocado 11 sírios, em sua maioria comandantes militares, e dez entidades ligadas aos ataques químicos de 2014 e 2015 em uma lista negra de sanções da ONU.
As propostas foram feitas após uma investigação liderada pelas Nações Unidas que concluiu, em outubro passado, que a Força Aérea da Síria havia lançado bombas de cloro em áreas controladas por rebeldes em 2014 e 2015.
O painel conjunto das Nações Unidas e da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) também descobriu que os extremistas da facção terrorista Estado Islâmico usaram gás de mostarda em um ataque em 2015.
A votação marcou a primeira grande ação do conselho desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, tomou posse em janeiro. Trump é visto como simpático a Moscou.
O regime sírio nega ter usado armas químicas na guerra, que deixou mais de 300 mil mortos desde março de 2011.
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