Governo Trump ameaça sair de conselho da ONU, afirma revista

ISABEL FLECK
DE WASHINGTON

O governo Trump está ameaçando deixar o Conselho de Direitos Humanos da ONU se o órgão não promover uma "reforma considerável", que incluiria rever a participação de países com histórico de violações a esses direitos.

A informação foi dada pelo secretário de Estado, Rex Tillerson, a nove organizações não governamentais, em uma carta obtida pela publicação Foreign Policy.

"Mesmo que ela seja a única organização voltada para os direitos humanos, o Conselho de Direitos Humanos requer reformas consideráveis para que continuemos participando", escreveu Tillerson, que respondia a um pedido feito pelos nove grupos para que Washington permaneça no conselho.

Segundo a Foreign Policy, o secretário de Estado disse que os EUA "avaliam a eficiência" do conselho –que tem 47 membros, entre eles o Brasil– e questionam a composição do órgão, com a participação de China, Egito e Arábia Saudita.

Em sua sabatina no Senado para confirmação ao posto de embaixadora na ONU, Nikki Haley já tinha questionado publicamente a participação de Cuba e China no conselho com sede em Genebra.

À Foreign Policy, funcionários do Departamento de Estado teriam dito que uma retirada dos EUA do conselho não é iminente, mas é uma possibilidade real. "Não estamos tirando a opção da retirada da mesa, mas nosso objetivo é consertar a organização", disse um dos servidores, sob anonimato.

Entre as nove organizações para as quais a carta foi endereçada estão a Better World Campaign, a Freedom House, o Comitê para Direitos Humanos na Coreia do Norte e o Instituto Jacob Blaustein para o Avanço dos Direitos Humanos.

O governo de George W. Bush já havia se recusado a fazer parte do conselho em 2006 em retaliação ao tratamento dado a Israel por seus membros. Em 2009, o governo Obama reverteu a decisão e os EUA passaram a integrar o órgão.

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