Após falar em diálogo com os EUA, Coreia do Norte faz disparo de projétil
Kyodo/Reuters | ||
Soldados norte-coreanos em frente às estátuas de Kim Il-sung e de Kim Jong Il, em abril |
A Coreia do Norte disparou no fim da tarde deste sábado (manhã de domingo, em Pyongyang) um projétil não identificado, de acordo com militares da Coreia do Sul.
O lançamento ocorreu em região chamada Kusong, a noroeste da capital. Informações prévias indicavam que se tratava de míssil balístico.
Segundo militares sul-coreanos e autoridades do Japão, o projétil percorreu cerca de 800 quilômetros em 30 minutos e caiu no mar do Japão. É o primeiro disparo desde que Moon Jae-in assumiu a Presidência da Coreia do Sul, na quarta-feira (10), dizendo que o diálogo deve ser usado para aliviar as tensões na península coreana.
O lançamento também ocorre logo depois de Choe Son-Hui, diretora-geral do Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Norte para Assuntos dos EUA, afirmar que Pyongyang poderá dialogar com o governo americana se "as condições estiverem apropriadas", informou neste sábado (13) a agência sul-coreana Yonhap.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, declarou que o lançamento, proibido pelas Nações Unidas, é "absolutamente inaceitável" e que o Japão vai responder.
Já o presidente Moon Jae-in diz condenar "veementemente" o lançamento e que o ato é uma "clara violação" das resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
A tensão entre Pyongyang e Washington se acirrou justamente após testes com mísseis realizados pela Coreia do Norte. Nos últimos dois meses, a Coreia do Norte falhou em quatro testes seguidos de lançamento de projéteis.
Há menos de um mês o governo norte-coreano voltou a fazer experimentos militares e tentou sem sucesso lançar novo míssil, como confirmaram autoridades dos EUA e da vizinha Coreia do Sul.
À Reuters, em abril, o presidente Donald Trump disse que um "grande conflito" com o Norte era possível, mas que preferia solução diplomática sobre programas nucleares e mísseis. Ele disse ainda que ficaria "honrado" em encontrar com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un.
O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, disse também em abril, durante visita à zona desmilitarizada entre as duas Coreias, que "todas as opções estão na mesa para conquistar os objetivos e garantir a estabilidade do povo desse país [Coreia do Norte]".
A diplomata norte-coreana Choe fez as declarações deste sábado ao voltar de Oslo (Noruega), onde se reuniu com acadêmicos e autoridades como Thomas Pickering, ex-embaixador americano, e Robert Einhorn, ex-conselheiro do Departamento de Estado para a não-proliferação e o controle de armas.
Segundo a Yonhap, ao ser questionada se a Coreia do Norte se preparava para conversar com o governo Trump, Son-Hui disse: "Nós poderemos dialogar se houver condições apropriadas".
A agência de notícias da Coreia do Sul fez a mesma pergunta sobre um possível encontro entre Kim Jong-un e o novo presidente sul-coreano. "Vamos ver", disse.
As falas de Choe chegam em meio a esforços para desestimular o país a seguir em busca de armas nucleares.
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