Militantes do grupo radical Estado Islâmico destruíram nesta quarta-feira (21) a mesquita Al Nuri e o emblemático minarete inclinado Hadba da Cidade Velha de Mossul, no Iraque, informou o Exército iraquiano.
Foi nessa mesquita medieval, há três anos, que o líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi, autoproclamou a criação de seu califado em território iraquiano e sírio, após seus militantes conquistarem a cidade, a segunda maior do Iraque. O grupo radical, por meio de sua agência de propaganda, a Amaq, negou a autoria do ataque e acusou as forças americanas de terem destruído a mesquita em um bombardeio aéreo.
"Nossas forças estavam avançando [...] na cidade velha quando, a cerca de 50 metros da mesquita Al Nuri, o EI cometeu um novo crime histórico ao fazer explodir a mesquita e o minarete inclinado adjacente", disse o general iraquiano Abdulamir Yarallah, em comunicado.
A destruição da mesquita e do minarete, duas das construções mais conhecidas de Mossul, ocorre no quarto dia da mais recente ofensiva do Exército iraquiano, com apoio da coalizão militar liderada pelos EUA, para retomar o controle total da cidade das mãos dos militantes do EI. Nesta terça-feira (20), as forças iraquianas haviam cercado o reduto dos terroristas, um pedaço de poucos quilômetros quadrados e cerca de 100 mil civis na parte velha da cidade.
Baghdadi se autoproclamou califa, ou governante dos muçulmanos, do púlpito da mesquita Al Nuri em 4 de julho de 2014, depois que os insurgentes tomaram o controle de partes do Iraque e da síria. A bandeira preta do grupo estava fincada no minarete desde junho de 2014.
Militares iraquianos esperavam reconquistar a histórica mesquita a tempo do Eid al-Fitr, o festival que marca o fim do Ramadã, mês sagrado de jejum dos muçulmanos, que neste ano seria celebrado em 25 e 26 de junho.
A queda de Mossul marcaria ainda o fim da parte iraquiana do califado autoproclamado do EI. Baghdadi abandonou os combates em Mossul e, segundo militares iraquianos e americanos, está escondido na fronteira entre Iraque e Síria.
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