Irmão do presidente do Irã é preso por crimes financeiros

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Hosein Fereydun, irmão e conselheiro especial do presidente do Irã Hasan Rowhani, foi preso por crimes financeiros, segundo anúncio da Justiça do país feito neste domingo (16).

Fereydun "foi interrogado em várias ocasiões, assim como as pessoas de seu entorno. Foi determinada uma fiança, mas como ele não pode pagá-la, foi transferido para a prisão", disse Gholamhosein Mohseni-Ejeie, porta-voz da Justiça do país, em uma coletiva de imprensa.

O irmão do presidente tem sido citado há um ano em vários casos de corrupção, especialmente em crimes bancários. Os políticos conservadores do país exigem há tempos a prisão de Fereydoun por corrupção.

Um ano atrás, o chefe da Inspeção-Geral, Nasser Seraj, denunciou que Fereydoun havia "pressionado" para nomear à direção do banco Refah um de seus assessores, Ali Sedghi, suspeito de vários "delitos financeiros".

Fereydoun também estaria ligado a um outro caso envolvendo Ali Sorkheie, gerente do banco Melat, preso em um caso de "corrupção bancária" pela Guarda da Revolução, segundo a agência Tasnim.

Rowhani foi reeleito em maio e seguirá no cargo por mais quatro anos. Durante seu governo, houve maior aproximação do Irã com o Ocidente e foi fechado um acordo para restringir o programa nuclear do país em troca da redução de sanções econômicas.

Também neste domingo, a Justiça iraniana anunciou que um cidadão americano, acusado de "infiltração", foi condenado a dez anos de prisão, sem revelar a sua identidade.

"Um americano, que também possui uma outra nacionalidade, foi identificado e detido pelos serviços de inteligência", declarou Mohseni-Ejeie. "Ele entrou no país para uma missão de infiltração e foi condenado a dez anos de prisão", acrescentou.

Mohseni-Ejeie não informou a data da prisão nem a identidade da pessoa detida. "Este indivíduo era guiado diretamente pelos americanos" em sua missão, indicou, sem explicar a natureza desta missão.

O americano "vai recorrer de sua condenação", afirmou o porta-voz, ressaltando que novos detalhes serão informados "assim que a pena for confirmada".

Dois cidadãos com dupla nacionalidade, iraniana e americana, o empresário Siamak Namazi e seu pai Mohammad Bagher Namazi, foram condenados em outubro de 2016 com outras quatro pessoas a dez anos de prisão por "espionagem" para Washington.

Siamak Namazi havia sido detido em outubro de 2015. Seu pai, Bagher, com atualmente 81 anos e que havia trabalhado para o Unicef, foi preso em fevereiro de 2016 quando tentava obter a libertação do seu filho.

Os Estados Unidos pediram várias vezes a libertação dos dois homens. Washington também pede a cooperação de Teerã no caso de Robert Levinson, um ex-agente do FBI desaparecido no Irã desde 2007.

Este novo caso surge em um momento de grande tensão com o Irã, enquanto o presidente americano Donald Trump e o Congresso adotaram uma posição hostil em relação a Teerã. O Irã e os Estados Unidos não mantém relações diplomáticas desde 1980.

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