Pais de Charlie Gard querem que bebê morra em casa; hospital tenta impedir
Family of Charlie Gard/Associated Press | ||
O bebê Charlie Gard, que possui uma doença terminal, no Hospital Infantil Ormond Street, em Londres |
Após encerrarem a batalha judicial por um tratamento experimental, os pais de Charlie Gard afirmaram nesta terça-feira (25) que querem que o bebê morra em casa, mas que o hospital Great Ormond Street, em Londres, cria obstáculos a que isso aconteça.
O bebê de 11 meses sofre de um distúrbio genético raro que o impossibilita de mover os braços e as pernas, além de respirar sem o auxílio de aparelhos, e não tem mais chance de recuperação.
"Estamos lutando contra as dificuldades que o hospital está colocando no caminho dos pais de terem um pequeno tempo [com o bebê] antes do ato final da curta vida de Charlie", disse o advogado da família Gard, Grant Armstrong.
O Great Ormond Street informou à Alta Corte de Londres que Charlie não pode ser levado para casa. De acordo com uma advogada do hospital, a entidade gostaria de realizar o desejo dos pais de Charlie "se fosse prático". Ela afirmou que o casal rejeitou uma oferta de mediação.
Documento divulgado pelo Great Ormond Street afirma que o equipamento de ventilação de que Charlie precisa só poderia ser fornecido em um hospital. De acordo com o texto, Charlie requer um tratamento "altamente especializado, que não pode ser simplificado".
"O plano de cuidado precisa privar Charlie de toda a dor e precisa proteger sua dignidade. Ao mesmo tempo, precisa honrar os desejos de seus pais sobre suas questões em particular, especificamente o tempo e o lugar de seu falecimento", diz o documento elaborado por advogados do hospital.
O juiz responsável pelo caso, Nicholas Francis, disse que terá uma decisão sobre o assunto nesta quarta (26).
Nesta segunda (24), os pais do menino, Chris Gard e Connie Yates, abandonaram a disputa para levar Charlie a um tratamento nos Estados Unidos e passaram a discutir com o hospital sobre como e quando as máquinas que o mantêm vivo serão desligadas.
Tribunais alegam que a ida aos EUA apenas prolongaria o sofrimento do bebê.
O caso Gard causa comoção em todo o mundo e figuras públicas como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o papa Francisco já se manifestaram sobre o assunto.
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