Após proibição a manifestações, atos da oposição se esvaziam na Venezuela
Os protestos da oposição ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ficaram esvaziados nesta sexta-feira (28), em todo o país, no primeiro dos cinco dias em que manifestações foram proibidas pelo governo chavista.
O plano da coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) era tomar as ruas de Caracas com manifestantes da capital e do interior. A mobilização, porém, ficou restrita a barricadas em avenidas e estradas e atos em bairros onde já havia protestos. Houve confrontos entre manifestantes e a Guarda Nacional em algumas cidades.
Andres Martinez Casares/Reuters | ||
Moradores de Caracas contornam barricada montada por manifestantes mascarados em Caracas |
Apesar da participação reduzida, os opositores pediram para manter as barricadas até o meio-dia deste sábado (29). Para o dia da votação, o ex-presidenciável Henrique Capriles convocou as pessoas a ocuparem as ruas.
"A Venezuela não quer a Constituinte, e a comunidade internacional não a reconhecerá.", disse. "Hoje conseguimos uma maioria, e esta maioria despertou. Queremos caminhar em direção a uma outra Venezuela."
Os opositores ainda condenaram a prisão do prefeito de Barquisimeto, Alfredo Ramos. Ele foi condenado pelo Tribunal Supremo de Justiça a 15 meses de detenção por desacato a uma decisão da Corte que o obrigava a tirar barricadas das ruas —é o segundo a ser capturado pelo mesmo motivo nesta semana.
Enquanto ocorriam os protestos, Maduro foi a uma homenagem a seu padrinho, Hugo Chávez, que completaria 63 anos nesta sexta. Antes, disse que seus rivais já foram derrotados. "Senhores da MUD, rendam-se! O povo vai castigá-los no próximo domingo com o voto."
Nesta sexta, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) liberou os cidadãos a votarem em qualquer seção eleitoral, sob a justificativa de "ameaça de ataques opositores". Horas depois, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse que não reconhecerá o resultado da Constituinte.
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