Trump obrigou filho a omitir motivo de reunião com advogada, diz jornal
O presidente dos EUA, Donald Trump, foi o responsável direto pela primeira estratégia de defesa de seu filho mais velho, Donald Jr., para explicar o encontro com uma advogada russa, diz o jornal "The Washington Post".
O encontro com Natalia Veselnitskaia, em junho de 2016, foi revelado em 7 de julho pelo "The New York Times". O jornal disse que a reunião para discutir informações sobre Hillary Clinton, rival de Trump na eleição.
Joshua Roberts/Reuters | ||
O presidente dos EUA, Donald Trump, entrega medalha de honra a veterano da Guerra do Vietnã |
Diante da informação, os assessores de Trump, que voltava da cúpula do G20, queriam que fosse distribuída uma nota com os detalhes verdadeiros do encontro, mas, afirma o "WP", o presidente mudou a estratégia.
Membros do governo disseram à publicação que o líder pessoalmente passou o comunicado em que o filho admite o encontro, mas com a versão de que era para discutir sobre a adoção de crianças russas por americanos.
O programa foi suspenso em 2014, logo após as sanções dos EUA a empresas de aliados de Vladimir Putin devido ao conflito na Ucrânia. Veselnitskaia era defensora do veto e cliente de alguns dos empresários afetados.
A nota foi desmentida pela imprensa nos dias seguintes, levando Donald Jr. a revelar detalhes do encontro e admitir que teria procurado a advogada para obter informações que colocassem Hillary em descrédito.
O novo caso aumenta a suspeita de que Trump age por conta própria para tentar impedir as investigações sobre o suposto conluio entre sua equipe eleitoral e integrantes do governo do presidente Vladimir Putin.
O movimento preocupa os assessores, que temem prejuízos à defesa do republicano e afirmam que ele se expõe de forma desnecessária. O principal medo é que ele fique marcado por tentar evitar a revelação da verdade.
Trump é questionado por tomar medidas que podem ter prejudicado a investigação. Dentre elas, demitir James Comey, então chefe do FBI, a quem teria pedido para interromper a investigação de um de seus aliados.
Ele também tem criticado o secretário de Justiça, Jeff Sessions, por ter deixado a investigação sobre a interferência russa após ser revelado que o ex-senador teria se reunido com o embaixador russo nos EUA, Serguei Kislyak.
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