Gigante espanhola do ramo de espumantes deixará a Catalunha
Gonzalo Fuentes/Reuters | ||
A empresa Codorníu decidiu transferir sua sede por causa da crise entre Catalunha e Espanha |
Pressionada pela crise separatista catalã, a gigante espanhola do ramo dos espumantes Codorníu anunciou durante a segunda-feira (16) a decisão de transferir sua sede, hoje em Barcelona, à região de La Rioja.
A mudança foi justificada "diante da situação de incerteza política e jurídica em que se encontra mergulhada a Catalunha". Deslocar sua sede, portanto, "teve o objetivo de garantir os interesses dos funcionários e clientes".
A Codorníu não foi a única a tomar tal decisão. A empresa é uma das principais produtoras de cava, uma espécie de espumante típico da Espanha.
Dados preliminares publicados na semana passada pelo jornal "El País" mostram que ao menos 540 firmas já deixaram a Catalunha desde o início de outubro, incluindo gigantes como o CaixaBank, terceiro maior banco espanhol.
A transferência de sede significa que essas empresas estarão sujeitas às leis e impostos das regiões às quais se mudaram. Mas isso não quer dizer que tenham deslocado sua estrutura física ou empregados. A Codorníu continuará sua produção.
O êxodo de empresas é um dos efeitos mais visíveis da crise territorial espanhola, com os esforços da Catalunha de declarar sua independência, considerada ilegal pelo governo em Madri.
O Ministério da Economia da Espanha sinalizou na sexta-feira (13) que irá revisar sua previsão de crescimento para o ano que vem, hoje de 2,6%. Em paralelo, as reservas nos hotéis de Barcelona, capital catalã, caíram em até 30% desde o início do mês.
O pessimismo econômico pode carcomer o apoio popular ao projeto separatista. No plebiscito ilegal de 1º de outubro houve 90% votos no "sim", apesar de que apenas 43% do eleitorado participou.
A Catalunha é uma das regiões mais prósperas da Espanha, com o equivalente a 20% de seu PIB (produto interno bruto), cujo valor nacional é de R$ 1,2 trilhão.
A pujança econômica catalã é um dos argumentos dos separatistas, que afirmam ter um futuro mais próspero se forem independentes do restante do país.
Mas a agência de classificação de risco Standard & Poor's alertou nesta semana para a possibilidade de que a Catalunha entre em recessão caso persista a crise.
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