Após vitória, Maduro planeja eleição para prefeito até fim de 2017
Dois dias depois que seus aliados conquistaram os governos de 18 dos 23 Estados da Venezuela, o ditador Nicolás Maduro disse que as eleições para as prefeituras devem ocorrer ainda neste ano.
A declaração foi feita em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão na terça-feira (17), enquanto tecia críticas ao presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, apontado por ele como um dos responsáveis pela violência nas manifestações contra seu regime.
Carlos Garcia Rawlins - 17.out.2017/Reuters | ||
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, discursa à imprensa estrangeira em Caracas na terça (17) |
"Temos uma surpresinha no CNE [Conselho Nacional Eleitoral] que será revelada em seu momento. Julio Borges, se vocês quiserem deixar o sistema eleitoral, deixem-no. Vai haver eleição com ou sem vocês. Se vocês ficarem, nas próximas eleições para prefeito vamos ganhar em 90% das prefeituras do país."
Na sequência, mencionou que o mandato atual dos prefeitos termina em dezembro, dando a entender que os venezuelanos poderiam ir às urnas antes do fim do ano.
Segundo o jornal "El Nacional", integrantes do governo, da oposição e do CNE afirmam que é bastante provável que a votação municipal seja no último mês de 2017.
Embora a coalizão oposicionista Mesa da Unidade Democrática (MUD) ainda não tenha fechado questão sobre a participação em processos eleitorais futuros, a publicação diz que os partidos membros deverão se dividir entre ter ou não candidatos.
Assim como a eleição para os governos estaduais, o pleito para as prefeituras está atrasado. O CNE previa que a escolha dos novos prefeitos aconteceria em março deste ano, mas a adiou por tempo indeterminado no final de 2016 sob a justificativa de não ter condições financeiras de realizar a votação.
Logo após a convocação das eleições para governador, em agosto, a presidente do órgão eleitoral, Tibisay Lucena, disse que previa realizar as municipais no primeiro trimestre do ano que vem.
Analistas políticos ouvidos pela imprensa venezuelana avaliam que o regime de Maduro deverá aproveitar o bom momento criado dentro do chavismo após a vitória do último domingo (15) e a divisão de seus adversários para acelerar a convocação do novo processo eleitoral.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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