O presidente catalão, Carles Puigdemont, desistiu de antecipar as eleições regionais, deixando aberto o caminho para que o governo espanhol destitua o seu governo.
Depois de a medida ser discutida durante toda a manhã e causar a fúria de seus aliados separatistas, ele discursou nesta quinta-feira (26) na sede de seu governo e disse que, na ausência de garantias democráticas, havia voltado atrás no gesto.
Com isso, parece inevitável que o Senado espanhol dê prosseguimento na sexta-feira (27) à aplicação do Artigo 155 da Constituição.
O dispositivo permite intervenções pontuais na autonomia catalã, retirando Puigdemont de seu cargo e forçando a convocação de eleições nos próximos seis meses.
Com a recusa do presidente, o Parlamento regional catalão se reúne nas próximas horas para discutir como reagir à aplicação do artigo.
Uma das saídas que restam a Puigdemont, se de fato não antecipar as eleições, é declarar a independência da Catalunha de maneira unilateral. Com isso, pode ser acusado de rebelião pelo Ministério Público, um crime cuja pena pode chegar a 30 anos de prisão.
"A sociedade catalã nos trouxe até aqui. Tentei ter serenidade e esgotar todas as opções que tinha em mãos", afirmou Puigdemont. "Ninguém pode dizer que não fiz sacrifícios pelo diálogo."
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.