Presidente catalão destituído diz que aceita novas eleições na região
Yves Herman/Reuters | ||
Carles Puigdemont, presidente destituído da Catalunha, dá entrevista coletiva em Bruxelas |
O presidente destituído da Catalunha, Carles Puigdemont, disse nesta terça-feira (31) em Bruxelas, na Bélgica, que aceita a convocação das novas eleições na região e defendeu que os partidos separatistas participem do pleito.
Ele também afirmou que não pretende pedir asilo na Bélgica, mas que só voltará para a Espanha quando Madri der "garantias" a ele, sem especificar quais deveriam ser essas medidas.
"Eu peço aos catalães para se prepararem para um longo caminho. A democracia será a base da nossa vitória", disse ele em seu discurso.
Uma pesquisa divulgada nesta terça pelo Centre d'Estudis d'Opinio mostrou que o apoio à separação da região chegou ao nível mais alto desde dezembro de 2016, com apoio de 48,7% dos catalães. Em junho, o apoio era de 41,1%.
Para o levantamento, 1.338 pessoas foram entrevistadas entre 16 e 29 de outubro.
Após o governo central de Madri decidir intervir na Catalunha na última sexta (27), destituindo Puigdemont e antecipando as eleições, algumas siglas separatistas cogitaram boicotar o pleito, que está marcado para 21 de dezembro.
Horas antes da intervenção, o Parlamento catalão convocou uma constituinte para declarar a independência da região.
ASILO
Nesta terça, a Suprema Corte espanhola marcou para quinta (2) um depoimento de Puigdemont e de 13 aliados dele. Ele foi denunciado pelos crimes de rebelião, sublevação e fraude, e pode ser condenado a até 30 anos de prisão.
Na segunda (30), após o Ministério Público espanhol anunciar que iria processá-lo, Puigdemont chegou a Bélgica, o que aumentou a especulação de que ele poderia pedir asilo.
Ele diz estar no país para tentar dialogar com a União Europeia.
O governo belga declarou nesta terça que o catalão tem o direito de permanecer no país, assim como qualquer cidadão europeu. Mas o premiê Charles Michel negou que tenha convidado Puigdemont e defendeu que o diálogo é a única forma de resolver a crise catalã.
Diversos países, entre eles Alemanha, França, Reino Unido e Estados Unidos e Brasil, já anunciaram que apoiam Madri na disputa com Barcelona.
A crise na região se intensificou desde o plebiscito de 1º de outubro, que teve vitória da independência com 90% dos votos e comparecimento de 43% dos eleitores. A Justiça e o governo espanhol consideram a votação ilegal.
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