Marinha investiga ruído detectado no dia do desaparecimento do submarino

SYLVIA COLOMBO
DE BUENOS AIRES

O porta-voz da Marinha argentina, Enrique Balbi, informou nesta quarta-feira (22) que a força detectou uma "anomalia hidroacústica" perto da área onde o submarino ARA San Juan fez o último contato antes de desaparecer, no último dia 15.

Segundo o militar, o ruído foi registrado às 11h do dia 15 (10h em Brasília) a 30 milhas náuticas (55,6 km) ao norte do último contato feito por satélite pela tripulação, pouco mais de três horas antes.

Balbi declarou não ter certeza de que se trata do submarino, mas que "ainda nesta noite estão partindo para o local dois navios da Marinha argentina e aviões de países que estão colaborando".

Entre as forças estão um navio da Marinha do Chile, duas aeronaves militares dos EUA e uma do Brasil, além do auxílio de uma embarcação da petroleira francesa Total.

A área, porém, corresponde a um lugar já rastreado nos últimos dias, onde não encontraram nada. "Isso não significa que tenhamos eliminado outros cenários, mas vamos nos concentrar nesse novo indício, que nos parece relevante", disse o porta-voz.

O militar reforçou que os esforços estão sendo feitos com a maior rapidez possível devido às boas condições climáticas, que tendem a piorar a partir desta quinta. A previsão é que a Marinha argentina divulgue novas informações na manhã desta quinta.

Pela manhã, Balbi havia descartado outros três supostos indícios do navio. Os mais recentes haviam sido a detecção de sinalizadores de emergência pelo navio britânico Protector e o de uma mancha de calor localizada por um avião da Marinha dos EUA a 70 metros de profundidade.

Ele acrescentou que, na hipótese de o submarino estar na superfície, não há preocupação com a questão de oxigênio. Porém, "se estiver submerso, entramos numa fase crítica, porque já é o sétimo dia, e a autonomia da embarcação em termos de oxigênio passa a ser um problema."

O ARA San Juan saiu de Ushuaia, no extremo sul do país, e estava em um exercício de vigilância. A embarcação com 44 tripulantes voltava à base em Mar del Plata, ao norte, quando a comunicação foi interrompida.

EQUIPAMENTOS DE EMERGÊNCIA DO SUBMARINO
ARA San Juan perdeu contato com base da Marinha argentina em 15 de novembro

Crédito: Luciano Veronezi/Editoria de Arte/Folhapress

Dois compartimentos estanques, que permitem sobrevivência por sete dias em um deles se o outro estiver comprometido

Crédito: Luciano Veronezi/Editoria de Arte/Folhapress

Escotilha de mergulho, pela qual a tripulação pode abandonar o submarino, e dois botes de emergência

Crédito: Luciano Veronezi/Editoria de Arte/Folhapress

Sistema que enche os compartimentos de lastro com ar rapidamente para que o submarino suba à superfície

Crédito: Luciano Veronezi/Editoria de Arte/Folhapress

Transmissor de localização de emergência, que ajuda nas buscas

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Cilindro que pode ser ejetado e deixa mancha de 1km de diâmetro na superfície, para ajudar na localização

Crédito: Luciano Veronezi/Editoria de Arte/Folhapress
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