Maduro quer impedir que partidos oposicionistas disputem a Presidência
Presidencia de Venezuela/Xinhua | ||
O ditador venezuelano Nicolás Maduro após votar na eleição municipal deste domingo |
O ditador venezuelano Nicolás Maduro disse que os partidos de oposição que boicotaram a eleição municipal deste domingo (10) não poderão disputar a Presidência em 2018, quando ele irá tentar a reeleição.
"Um partido que não participou hoje não poderá participar mais" disse Maduro em discurso transmitido pela TV durante a votação. Segundo ele, caberá a Assembléia Nacional Constituinte, órgão controlado pelo chavismo, confirmar a proibição.
A votação deste domingo vai definir o prefeito de todos os 335 municípios do país. Não há previsão de quando os resultados serão divulgados.
Dos quatro principais partidos de oposição, apenas um apresentou candidatos para o pleito deste domingo. A expectativa é de uma larga vitória do governista PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela).
Primeira Jutiça, Ação Democrática e Vontade Popular decidiram não disputar a eleição porque não consideram que a votação será justa. Segundo eles, Maduro e seus aliados manipularam o sistema para garantir vitória.
A votação foi convocada pela Constituinte, que a oposição não reconhece.
Assim, entre os principais partidos que fazem parte da coalizão oposicionista MUD (Mesa da Unidade Democrática), apenas o Um Novo Tempo decidiu apresentou candidatos no pleito deste domingo, o que dividiu ainda mais o grupo.
A MUD, criada em 2008 em um esforço para unir a oposição contra o então presidente Hugo Chávez, entrou em crise após a eleição para governador em 15 de outubro.
Apesar da baixa aprovação de Maduro e da crise que assola o país, os governistas ganharam em 18 dos 23 Estados. Enquanto parte dos oposicionistas disseram que a votação foi manipulada, outros grupo justificou a derrota pelo baixo comparecimento às urnas.
A divisão piorou quando Maduro anunciou na sequência que os governadores eleitos teriam que jurar fidelidade à Constituinte.
Os líderes da MUD anunciaram que não iriam obedecer a ordem, mas quatro dos cinco governadores oposicionistas eleitos aceitaram e prestaram o juramento. O único que não fez, Juan Pablo Guanipa, que venceu em Zulia, foi destituído —uma nova votação aconteceu neste domingo, junto com a eleição municipal.
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