Num sinal de frustração com as políticas antiterrorismo do país, os Estados Unidos resolveram suspender a ajuda financeira para esforços de segurança do Paquistão, nesta quinta (4).
Segundo um memorando interno obtido pelo jornal "The New York Times", as transferências foram "congeladas" e não há intenção de retomá-las nesse momento.
O Departamento de Estado americano não deu estimativas sobre o valor que será bloqueado, mas informou que a soma é "significativa".
É a segunda represália anunciada contra o Paquistão nesta semana: antes, os EUA já haviam anunciado a retenção de outros US$ 255 milhões em ajuda pela embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, que afirmou que o país faz um "jogo duplo".
A porta-voz da diplomacia americana, Heather Nauert, disse que a retenção inclui o montante anunciado por Haley, mas não divulgou qual será a quantia total.
As relações dos EUA com o Paquistão estão abaladas: no último ano, o presidente Donald Trump criticou a falta de empenho do país em combater redes terroristas que estariam atuando em seu território.
"Não podemos mais nos calar sobre os locais seguros que o Paquistão garante para as organizações terroristas, os talebans e outros grupos que representam uma ameaça", declarou Trump, em agosto.
Três dias atrás, pelas redes sociais, Trump chegou a afirmar que o Paquistão fez os presidentes americanos "de tolos" e retribuiu apenas com "mentiras e enganações" a ajuda humanitária e financeira de US$ 33 bilhões que o país concedeu nos últimos 15 anos. "Eles dão abrigo aos terroristas que caçamos no Afeganistão, e nos ajudam pouco. Não mais!", escreveu.
Os comentários geraram protestos em Islamabad, e fizeram com que o governo paquistanês convocasse o embaixador americano no país, David Hale, para prestar esclarecimentos.
O novo anúncio desta quinta (4) tende a acirrar as relações entre os dois países.
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