Três quartos do mundo esperam 2018 melhor que 2017, mostra pesquisa

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Crédito: Ilya Naymushin - 1.jan.2018/Reuters O número 2018 é escrito no ar com uma vela sparker em uma estrada de Taiga, na Sibéria
O número 2018 é escrito no ar com uma vela sparker em uma estrada de Taiga, na Sibéria

DANIEL BUARQUE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LONDRES

O ano de 2018 começou com uma perspectiva otimista em quase todo o mundo. Segundo uma pesquisa global sobre previsões para o novo ano realizada pelo Instituto Ipsos divulgada nesta segunda (8), 3 em cada 4 entrevistados em 28 países afirmam acreditar que este ano vai ser melhor do que 2017.

Brasileiros aparecem com otimismo acima da média. Mais de 8 em cada 10 entrevistados no país acham que 2018 vai ser melhor que o ano passado. O Brasil destoa do resto do mundo, entretanto, porque seu otimismo se justifica menos pelo que 2018 promete e mais por uma percepção negativa do ano anterior, segundo dados da pesquisa Global Advisor on Predictions, do Instituto Ipsos.

Enquanto menos da metade dos entrevistados no mundo (48%) acham que 2017 foi um ano ruim, o Brasil baseia sua esperança em 2018 numa crítica a 2017.

No total, 64% dos brasileiros veem 2017 de forma negativa. O Brasil aparece em segundo lugar (atrás apenas da Turquia) na lista de países que mais acham que o ano passado foi um ano ruim.

A pesquisa abordou as previsões das pessoas do mundo para 2018. No total, mais de 21 mil pessoas foram entrevistadas entre novembro e dezembro do ano passado em 28 países –a margem de erro é calculada entre 3,5 e 5 pontos percentuais, dependendo do país.

PREVISÕES

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem grande probabilidade de sofrer impeachment no ano de 2018 para 35% dos entrevistados na pesquisa internacional. A proporção de pessoas que acham o impeachment pouco provável ainda é maior, entretanto: 46%.

Entrevistados na Turquia (55%), no Canadá (51%) e no Reino Unido (43%) são os que mais afirmam ser provável o encurtamento do mandato de Trump. Nos EUA, 33% dizem esperar que haja impeachment, contra 49% que acham improvável.

Enquanto mais de um terço da população acha que Trump pode ser tirado da Presidência, a pesquisa global indica que há uma percepção de aumento da influência da Rússia em questões globais.

Para 50% dos entrevistados na pesquisa, a Rússia vai aumentar ainda mais sua influência em relações internacionais em 2018.

Os próprios russos estão muito confiantes em sua própria força internacional.

No país, 66% dos entrevistados acreditam no aumento da influência russa no mundo. Nos EUA, a proporção dos que dizem acreditar nesse aumento da força da Rússia é de 44%.

E, se Trump aparece com o mandato ameaçado, a percepção internacional é de que a chanceler alemã, Angela Merkel, deve continuar no poder. Para 48% dos entrevistados, ela vai se manter no cargo, contra 24% que acham que é pouco provável que isso aconteça.

GUERRA E TERROR

Apesar das tensões e trocas de ameaças entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, a percepção global parece dividida a respeito do risco real de guerra entre os dois países nuclearizados.

Enquanto 42% dos entrevistados afirmam que o conflito é provável, 40% acham que não deve haver guerra.

Mais americanos do que sul-coreanos afirmam que a guerra com a Coreia do Norte é provável. Nos EUA, 47% dos entrevistados dizem acreditar que o conflito ocorrerá. A população da Coreia do Sul, uma das mais ameaçadas pelo potencial conflito, é a que menos acha provável haver guerra: só 21% o preveem.

A pesquisa também incluiu perguntas sobre segurança e terrorismo. Os britânicos são os mais preocupados com o risco de atentados.

Para 65% dos entrevistados no Reino Unido, é provável que haja um grande ataque terrorista no país —18% acham improvável. O dado confirma o clima de preocupação que se sente no país depois dos cinco ataques em 2017, com 35 mortos ao todo.

AQUECIMENTO E ETS

A sondagem revela ainda que o público global aparentemente acredita nas pesquisas científicas que indicam o aquecimento do planeta.

Mais de 7 em cada 10 entrevistados na pesquisa nos 28 países em que ela foi realizada acham que as temperaturas médias do mundo vão aumentar ao longo de 2018.

Os mais descrentes são russos e americanos —o presidente Trump nega o fenômeno e prometeu retirar os EUA do Acordo de Paris para frear o aquecimento do planeta.

Em uma pergunta mais curiosa, o levantamento do Ipsos mostra que 12% dos entrevistados (12%) acreditam que o mundo vai ser visitado por alienígenas neste ano.

O Brasil é o segundo país entre os pesquisados em que a população mais acha provável a visita de extraterrestres: 19% (60%, contudo, acham improvável).

Nessa expectativa, os brasileiros ficam atrás apenas da Índia, onde três em cada dez entrevistados acham provável a visita de alienígenas.

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