Premiê tailandês coloca sua figura de papelão para responder a jornalistas

Crédito: Athit Perawongmetha/Reuters Funcionário do governo organiza figuras de papelão mostrando o líder da junta militar da Tailândia, general Prayuth Chan-ocha, em Bangcoc
Funcionário do governo organiza figuras de papelão mostrando o líder da Junta Militar da Tailândia, general Prayuth Chan-ocha, em Bangcoc

DA REUTERS

O premiê da Tailândia, Prayuth Chan-ocha, conhecido por ser temperamental, adotou uma tática para evitar perguntas espinhosas dos jornalistas: deixou figuras suas de papelão espalhadas pela sede de governo.

O gesto foi criticado pela organização Human Rights Watch (HRW), que disse que ele mostra o "desprezo pela crítica da mídia" tido pela Junta Militar em um país que ainda não restaurou a democracia desde o golpe de 2014.

Foram espalhadas pelo complexo governamental 17 figuras de papelão de tamanho real que mostram Prayuth com várias vestimentas, como roupas esportivas, termos e vestes tradicionais tailandesas.

Na segunda-feira (8), Prayuth falou brevemente na Casa de Governo antes de sua figura de terno e gravata ser apresentada. Ele então disse a jornalistas que fizessem quaisquer perguntas que tivessem ao papelão.

"Perguntem a esse cara", disse.

Crédito: Dailynews/Reuters Crianças dão a mão a figura de papelão do líder da Junta Militar da Tailândia, general Prayuth Chan-ocha, em Bangcoc
Crianças dão a mão a figura de papelão do líder da Junta Militar da Tailândia, general Prayuth Chan-ocha, em Bangcoc

"O líder da Junta Militar da Tailândia, general Prayuth Chan-ocha continua mostrando desprezo pela crítica e pelo escrutínio da mídia", disse Sunai Phasuk, pesquisador sênior da HRW na Tailândia. Esse gesto, disse a organização, é mais um em uma "longa lista de reações bizarras e de bullying contra repórteres".

Em 2015, ele alertou jornalistas de que tinha poder suficiente para mandar executá-los. Em outro incidente, jogou uma casca de banana contra um repórter.

A junta tailandesa anunciou que irá realizar eleições gerais em novembro deste ano, após repetidamente adiar a votação. No entanto, as campanhas políticas estão proibidas.

"Mesmo quando a junta promete uma eleição, não há espaço para a liberdade de imprensa", disse Sunai.

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