Câmara dos EUA renova vigilância sem mandado, e Trump atrapalha debate

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DE SÃO PAULO

A Câmara dos Estados Unidos estendeu nesta quinta-feira (11) o controverso programa que permite a vigilância sem mandado por agências, em uma vitória para a comunidade de inteligência, o governo Donald Trump e parte dos republicanos.

Mais cedo, Trump contradisse a Casa Branca e seus assessores de segurança ao criticar, em uma rede social, a vigilância sem mandado, referindo-se ao episódio de um dossiê divulgado em 2016 que mostraria os supostos elos entre a campanha do republicano à Presidência e a Rússia. O tom da mensagem encorajava os deputados a limitar o programa.

Duas horas depois, porém, Trump escreveu que "dirigiu pessoalmente" a correção do processo e que a votação desta quinta-feira era sobre "vigilância de estrangeiros bandidos no exterior". A mensagem irritou a liderança republicana. O presidente da Câmara, Paul Ryan, telefonou para Trump entre a publicação dos tuítes, segundo um assessor republicano.

A votação se referia à renovação da Seção 702 do Fisa (Lei de Inteligência e Vigilância Estrangeira, na sigla em inglês), que permite ao governo coletar —sem mandado— de empresas americanas, como Google, Microsoft, AT&T e Apple, e-mails e outras comunicações de estrangeiros no exterior —inclusive quando se comunicam com cidadãos americanos. O programa foi renovado por seis anos.

O placar —256 a 164— mostra a derrocada do esforço bipartidário para limitar o programa de vigilância sem mandado. A medida agora vai para o Senado, onde espera-se que também seja aprovada.

O debate veio à tona em 2013, quando Edward Snowden, analista da NSA (Agência de Segurança Nacional), vazou documentos sobre como os Estados Unidos vigiavam as comunicações dos cidadãos e espionavam aliados do país.

Em 2015, o Congresso americano derrubou a coleta de informações de conversas telefônicas de cidadãos americanos em meio a vigilância de estrangeiros.

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