Em entrevista, Trump diz que Rússia ajuda Coreia do Norte a burlar sanções

DA REUTERS

Para Donald Trump, a "Rússia não está ajudando nada com a Coreia do Norte". Em entrevista à Reuters, o presidente dos EUA afirmou que "o que a China ajuda, a Rússia atrapalha".

Trump disse ainda que Moscou ajuda Pyongyang a burlar as sanções impostas pela ONU devido ao desenvolvimento de mísseis e armas nucleares pelo ditador Kim Jong-un.

Segundo fontes dos serviços de segurança da Europa Ocidental afirmaram à Reuters em dezembro, a Rússia forneceu petróleo aos norte-coreanos em ao menos três ocasiões recentemente. Moscou nega ter violado as sanções internacionais.

"Ele pode fazer muita coisa", disse Trump, referindo-se ao líder russo, Vladimir Putin. "Mas infelizmente não temos uma boa relação com a Rússia, e em alguns casos é possível que o que a China tira, a Rússia dá."

O americano voltou a elogiar os esforços da China —principal parceiro comercial da Coreia do Norte— em restringir o acesso de Pyongyang a petróleo e outros suprimentos. Mas também disse que Pequim poderia fazer mais.

Tendo afirmado no passado que não descartaria sentar à mesa de negociações com o próprio Kim, Trump se mostrou cético hoje quanto a eficácia desse ato. "Eu me sentaria, mas não acho que sentar resolveria o problema.'

Segundo o republicano, o regime norte-coreano "vem conversando por 25 anos e vem tirando vantagem de nossos presidentes anteriores".

Ele afirmou que espera que as divergências com a Coreia do Norte possam ser resolvidas "de maneira pacífica, mas é muito possível que não.

IMIGRAÇÃO

Trump também se manifestou sobre a discussão de um acordo bipartidário com os democratas envolvendo a reforma imigratória nos EUA.

O presidente se alinhou aos republicanos mais conservadores durante a entrevista, chamando o acordo de "horrível" em segurança na fronteira e "muito, muito fraco" nas reformas.

A proposta do Senado atende à demanda dos democratas em proteger os imigrantes conhecidos como "dreamers" —que chegaram aos EUA ainda crianças trazidos ilegalmente pelos pais. "Isso é o oposto pelo que eu fiz campanha", afirmou Trump.

Muitos democratas têm dito que não votarão um projeto de lei que não contemple um acordo para proteger esse imigrantes. Os republicanos têm uma maioria estreita no Senado (51 a 49) e, para aprovar a reforma, precisam de alguns votos democratas.

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