ESTELITA HASS CARAZZAI
DE WASHINGTON

Um dos principais nomes da administração Donald Trump, o chefe de gabinete John Kelly afirmou em reunião com parlamentares nesta quarta-feira (17) que as promessas do republicano sobre o muro na fronteira com o México eram "mal informadas", reportou o jornal "The Washington Post".

"Uma coisa é a campanha, outra coisa é o governo. É muito difícil", disse Kelly, segundo o jornal.

O general, uma das vozes moderadas no entorno de Trump, teria afirmado que a construção de um muro de ponta a ponta na fronteira é praticamente impossível, e que não há como fazer o México pagar por ele.

Em vez disso, o que o governo defende, segundo Kelly, é uma "barreira física" em determinados pontos da fronteira, o que seria uma "solução mais realista".

O muro com o México é uma das principais promessas de campanha de Trump, que tinha como um de seus maiores bordões a frase "América em primeiro lugar". Ele defende que a barreira ajuda a controlar a imigração ilegal, bem como a criminalidade e o tráfico de drogas e armas.

Kelly, que assumiu a chefia de gabinete em julho, afirmou que conseguiu fazer com que o presidente "evoluísse no tema do muro", segundo o jornal.

O governo Trump tenta firmar com democratas um acordo na área de imigração, que garanta financiamento de US$ 18 bilhões ao muro e, por outro lado, assegure a permanência de milhares de jovens imigrantes que chegaram ainda criança ao país —os chamados "dreamers", ou sonhadores. A permanência deles nos EUA está sob risco depois que Trump revogou o programa que garantia seu status legal.

Kelly afirmou nesta quarta (17) que o presidente está comprometido em dar uma solução permanente aos "dreamers", relatou o "Washington Post", e afirmou que argumentou pessoalmente com Trump a favor dos imigrantes.

A reportagem foi baseada nas anotações de dois deputados que acompanharam a reunião, e confirmada por outros dois políticos que estavam no local.

A Casa Branca ainda não havia comentado o tema até o início da noite desta quarta-feira.

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