Fórum leva cortejo de governantes e executivos a Davos

Crédito: Arnd Wiegmann/Reuters Ativistas do Greenpeace fazem ato em frente ao centro de convenções que receberá o fórum
Ativistas do Greenpeace fazem ato em frente ao centro de convenções que receberá o fórum de Davos

MARIA CRISTINA FRIAS
COLUNISTA DA FOLHA
LUCIANA COELHO
EDITORA DE "MUNDO"

Mais de 70 chefes de Estado e governo e cerca de 1.900 executivos, empresários e líderes da sociedade civil se reúnem por quatro dias a partir desta terça-feira (23) na cidade suíça de Davos, um resort nos Alpes cuja população de 10 mil pessoas triplica no fim de janeiro para debater problemas e soluções globais no encontro anual do Fórum Econômico Mundial.

O tema desta 48ª edição, "Criar um Futuro Compartilhado em um Mundo Fraturado", atraiu um número inédito de governantes, segundo os organizadores.

Pela segunda vez na história do fórum -e a primeira desde 2000, quando Bill Clinton foi a Davos-, um presidente americano no cargo participará em pessoa. Donald Trump deve discursar na sexta (26), e sua defesa do "America first", o interesse americano em primeiro lugar, perpassa parte dos 400 debates e palestras previstos.

A alemã Angela Merkel, o francês Emmanuel Macron, a britânica Theresa May, o italiano Paolo Gentiloni, o brasileiro Michel Temer, o argentino Mauricio Macri, o colombiano Juan Manuel Santos, o indiano Narendra Modi, o israelense Binyamin Netanyahu e o canadense Justin Trudeau também estarão lá.

Xi Jinping, foco de atenção na edição passada, desta vez não planeja comparecer -enviará o assessor econômico Liu He, membro do politburo e diretor-geral do Partido Comunista da China.

É de Davos que costumam sair as principais previsões e debates econômicos e políticos que regerão o ano. Além de executivos e políticos de diferentes esferas, o encontro anual atrai nomes relevantes da academia, da sociedade civil e da mídia.

Entidades internacionais, bancos e consultorias lançarão no fórum alguns de seus mais importantes relatórios.

A evolução do mercado de trabalho e mudanças na capacitação profissional, cibersegurança, "fake news", energia e clima, inclusão e refugiados são temas que serão abordados com a agenda obrigatória de geopolítica (cada vez mais abrangente em um mundo multipolar), economia, finanças, desenvolvimento sustentável e governança corporativa.

Debates decorrentes da tecnologia e seu papel nas cidades também estão previstos. O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), fará palestra sobre tecnologia global e soluções locais na quarta.

BRASIL

É nesse dia que o presidente Michel Temer discursará, às 10h15 (7h15 em Brasília). Além dele, Trump, Merkel, Macron, May, Macri, Gentiloni, Trudeau e o chefe da União Europeia, Jean-Claude Juncker, têm falas previstas.

Coube ao indiano Modi o discurso de abertura, mas o Brasil também terá participação relevante, após três edições sem presidente no evento (Dilma Rousseff não foi em 2015 nem em 2016).

Além do discurso de Temer, o país é tema do debate "Dando forma à nova narrativa brasileira", do qual participam o presidente, e os CEOs do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e do Itaú Unibanco, Candido Bracher, na quarta.

O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) fará palestra no mesmo dia sobre o cenário do país e na quinta sobre economias emergentes, além de se reunir com o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, e o secretário-geral da OCDE, Ángel Gurria.

Os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Fernando Bezerra Coelho (Energia) também acompanham Temer a Davos, além do secretário de inovação do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Souza.

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, não vai ao fórum -a avaliação do governo é que a agenda do Brasil em Davos é exclusivamente econômica, concentrando-se em investimentos e empresas.

De fato, o país terá uma delegação maior do que nas últimas edições do evento, com os presidentes e CEOs da Petrobras (Pedro Parente), Eletrobras (Wilson Ferreira Júnior), Embraer (Paulo Cesar de Souza e Silva), Vale (Fabio Schvartsman) e Latam (Claudia Sender Ramirez), entre outros -embora relativamente modesta ante as de Índia, China e EUA, esta última na casa das centenas de nomes.

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