Paralisação do governo americano não afeta vistos aos EUA

Crédito: Mandel Ngan/AFP Cartaz avisa sobre a paralisação em museu de Washington, nos Estados Unidos
Cartaz avisa sobre a paralisação em museu de Washington, nos Estados Unidos

ESTELITA HASS CARAZZAI
DE WASHINGTON

A paralisação do governo federal dos EUA, que não conseguiu aprovar a lei orçamentária a tempo e teve que suspender serviços essenciais desde sábado (20), não afetou, ao menos por enquanto, os serviços de emissão de visto a estrangeiros, tanto no exterior quanto em território americano.

As atividades nos consulados americanos no Brasil e nos EUA permanecerão em pleno funcionamento "enquanto houver taxas suficientes para suportar as operações", segundo informou um porta-voz do Departamento de Estado americano.

As entrevistas para vistos também continuam em andamento "até que a situação permita". Da mesma forma, permanece sem alterações o atendimento a cidadãos americanos nos consulados, que é "uma das principais prioridades do Departamento de Estado".

Nos EUA, os consulados brasileiros não foram afetados e funcionam normalmente —já que são ligados ao governo brasileiro, e suas atividades não dependem do governo americano. A emissão de passaportes brasileiros de emergência, por exemplo, ou de vistos de viagens ao Brasil, está em andamento.

Segundo a ministra Maria Theresa Forster, cônsul-geral adjunta no Consulado do Brasil em Washington, ainda não houve notícias de brasileiros que foram afetados pela paralisação nos EUA.

ROTINA

A paralisação do governo americano, conhecida como "shutdown", começou na madrugada de sábado (20) —que coincidiu com o aniversário de um ano da posse do presidente Donald Trump.

Democratas e republicanos não conseguiram chegar a um acordo sobre a lei orçamentária anual, e o governo precisou suspender serviços. Servidores federais foram dispensados e o atendimento ao público em alguns locais, como na Receita Federal, foi suspenso.

Em Washington, o trânsito ao redor dos principais prédios governamentais estava especialmente calmo nesta segunda (22). Pilhas de jornais se acumulavam em frente às portas fechadas dos órgãos públicos, embora parte deles mantivesse as operações internas, como os departamentos de Justiça e de Defesa.

Museus e pontos turísticos da capital federal ainda estavam abertos ao público nesta segunda (22) —mas parte deles pode fechar na terça (23), caso a paralisação do governo prossiga.

"Temos recursos para manter os museus abertos na segunda, e iremos atualizar esse anúncio conforme necessário", informou a Smithsonian Institution, que mantém a maior parte dos museus de Washington e é parcialmente bancada por recursos federais.

O Congresso deve fazer uma nova votação do orçamento ao meio-dia (15h de Brasília) desta segunda. Os senadores tentam chegar a um acordo para manter as atividades até fevereiro.

O principal impasse é que os democratas pedem que o governo se comprometa com uma solução para jovens imigrantes, os "dreamers", que chegaram ao país quando crianças e estão atualmente sem status legal nos EUA. Eles eram protegidos por um programa do governo de Barack Obama, o Daca, que foi revogado por Trump em setembro.

Os republicanos, por outro lado, culpam os democratas pela paralisação, e afirmam que eles se negam a firmar um acordo.

"Eles [democratas] resolveram brincar de política da paralisação", declarou Trump —que cancelou uma viagem à Flórida no fim de semana, onde celebraria seu primeiro ano de governo, por causa do impasse.

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