Protesto por morte de ex-policial termina em confronto em Caracas

Crédito: Juan Barreto/AFP Membro da polícia nacional dispara bala de borracha contra manifestante em Caracas, na Venezuela
Membro da polícia nacional dispara bala de borracha contra manifestante em Caracas, na Venezuela

DA AFP

Agentes da polícia venezuelana dissolveram nesta segunda-feira (22) com gases lacrimogêneos e balas de borracha um protesto em Caracas pela morte, há uma semana, do policial rebelde Óscar Pérez em um operação para capturá-lo.

Jovens encapuzados responderam com pedras e coquetéis molotov. A manifestação, iniciada pela manhã em frente à Universidade Central da Venezuela (UCV) –principal do país– terminou com cerca de 30 feridos, denunciaram dirigentes estudantis.

Ruas foram bloqueadas por manifestantes com escombros e lixo queimado, enquanto as vias de acesso à área eram vigiadas por militares.

"Não somos de direita nem de esquerda, somos os de baixo, somos resistência, e vamos pelos de cima!", disse à AFP um manifestante com o rosto coberto com uma máscara antigases.

A concentração foi convocada pela ex-deputada opositora María Corina Machado como "homenagem" a Pérez, um ex-agente da polícia científica, e seus homens.

"Há uma Venezuela que se rebela", declarou na manifestação a dirigente, que rompeu com a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) por considerar que a "saída eleitoral" para a crise venezolana está cercada por "fraude".

Machado também rejeita as negociações empreendidas pelo governo de Nicolás Maduro e pela oposição na República Dominicana, que chama de "farsa".

Na segunda-feira passada, Pérez e seis de seus companheiros foram mortos em uma operação militar e policial nos arredores de Caracas.

Organizações de direitos humanos denunciaram possíveis "execuções extrajudiciais", mas o governo argumenta que as autoridades responderam a ataques armados do piloto e de seu grupo.

Pérez, acusado de "terrorismo" e declarado "o criminoso mais buscado" no país petroleiro, se rebelou contra Maduro em meio a protestos opositores que deixaram 125 mortos entre abril e julho de 2017.

Em 27 de junho ele atacou a Corte Suprema e o Ministério do Interior com granadas e armas de fogo, sem vítimas, de um helicóptero.

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