A Venezuela anunciou nesta quinta-feira (25) a decisão de expulsar o embaixador da Espanha no país em resposta a "agressões" espanholas, uma ação que ocorre dias após a União Europeia impor sanções contra altas autoridades do governo do presidente Nicolás Maduro.
A decisão de declarar Jesús Silva Fernández "persona non grata" foi em resposta às "contínuas agressões e repetidas interferências nos assuntos internos de nosso país" por parte da Espanha, afirmou o governo da Venezuela em uma nota.
No ano passado, a Venezuela expulsou os representantes do Brasil e do Canadá, que adotaram medidas recíprocas contra representantes venezuelanos.
A UE anunciou sanções contra sete membros do governo Maduro na última segunda-feira por supostos abusos de direitos humanos e da democracia. A Espanha foi um dos principais promotores das sanções.
Vários países acusam Maduro de transformar a Venezuela em uma ditadura, enquanto ele se diz vítima de uma conspiração da direita para eliminar o socialismo.
Nesta semana, Maduro atacou o primeiro-ministro conservador da Espanha. "Mariano Rajoy, fique de quatro, meu amigo, porque o povo vai te espancar", disse em um comício em Caracas.
Rajoy reagiu, dizendo que as sanções foram merecidas e até "leves", diante das atitudes de Maduro em relação à democracia.
Em Davos, na Suíça, o chanceler espanhol, Alfonso Dastis, afirmou que o seu governo rejeitava as acusações de interferência, lamentava a medida contra o embaixador e tomaria ação "recíproca e proporcional".
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