O presidente argentino, Mauricio Macri, anunciou na manhã desta segunda (29) um corte de 25% dos cargos políticos do Executivo ou de órgãos vinculados a ele.
A medida afetará quem trabalha em cargos de confiança em ministérios, secretarias de Estado, direções nacionais e institutos ligados à União. Não se trata de redução generalizada do funcionalismo estatal (o arrocho não atinge, por exemplo, professores e médicos de órgãos públicos).
Além disso, parentes de ministros que também ocupem cargos no governo serão demitidos. Alguns já começaram a se desligar na própria segunda-feira.
"Vamos reduzir um de cada quatro cargos políticos do Poder Executivo. Temos um Estado que é um emaranhado burocrático, e isso tem de mudar. Além disso, os funcionários públicos não terão aumento neste ano", disse.
A determinação resultará na eliminação de mais de mil postos de trabalho. O governo estima que, com isso, economizará 1,5 bilhão de pesos (cerca de R$ 242 milhões) por ano, ou 20% do que era gasto com a estrutura do Estado.
O presidente não poupou frases dramáticas: "Haverá feridos. A ordem é sacrificar quadros políticos". Quanto à proibição da contratação de parentes de ministros, acrescentou: "Vamos perder colaboradores valiosos, mas é preciso demonstrar austeridade".
O anúncio faz parte do "reformismo constante", expressão com a qual o presidente denominou suas ações para 2018. As medidas entram em vigor a partir de 1º de março.
A divulgação do "corte na própria carne" antecede o "tarifaço" previsto para fevereiro -que incluirá aumentos nas tarifas de energia, gás e água, algo que vem elevando o nível de tensão na sociedade. Desse modo, o governo demonstra que também está fazendo sacrifícios.
Também em fevereiro, o Congresso começa a debater os pontos menos polêmicos da reforma trabalhista, enquanto adia para o segundo semestre os mais importantes, referentes à flexibilização dos contratos de trabalho e à anistia a indenizações, novidades a que os sindicatos se opõem.
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