Ataque a tiros na França mata 3; polícia apura possível ligação com terrorismo

Ação ocorreu na cidade de Estrasburgo, perto de um famoso mercado de Natal

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Equipe de resgate ajuda mulher após ataque em Estrasburgo - Abdesslam Mirdass/AFP
 
Paris

Um ataque a tiros deixou pelo menos três mortos e 12 feridos na noite desta terça-feira (11), em Estrasburgo (França), perto da fronteira com a Alemanha.

O episódio aconteceu pouco antes das 20h (17h em Brasília) nos arredores daquele que é considerado o maior mercado de Natal do país, com até 2 milhões de visitantes por ano.

Até as 2h30 de quarta (23h30 de terça em Brasília), o autor dos disparos, um homem de 29 anos natural da cidade e monitorado pelos serviços de inteligência franceses por suposta radicalização religiosa, não havia sido localizado.

Segundo o Ministério do Interior, 350 agentes atuavam na busca ao atirador.

Policiais cercam ruas de Estrasburgo, onde houve o ataque, perto de um mercado de Natal - Frederick Florin/AFP

Na manhã desta terça, a polícia esteve na casa dele para conduzir uma operação de busca e apreensão ligada à investigação de um assalto com tentativa de homicídio. O homem não estava no endereço, e os agentes encontraram ali granadas.

Após o ataque, ele fugiu ainda armado, trocou tiros com policiais e foi atingido por um disparo.

A polícia de Paris já abriu investigação sobre o caso, mencionando possível relação do suspeito com grupos terroristas.

Por causa da fuga dele, a prefeitura e a polícia de Estrasburgo pediram à população que não saísse de casa. O toque de recolher foi suspenso no começo da madrugada.

O Parlamento Europeu, que tem uma de suas sedes na cidade, ficou trancado, e várias pessoas relataram ter permanecido confinadas por horas em bares, cinemas, bibliotecas, estabelecimentos comerciais e até em um ginásio esportivo da cidade.

O presidente Emmanuel Macron conduziu uma reunião de emergência de seu gabinete no começo da madrugada, em Paris.

“Solidariedade da nação inteira a Estrasburgo, nossas vítimas e suas famílias”, escreveu ele em uma rede social.

O governo decretou uma “emergência atentado”, dispositivo que permite o reforço dos controles nas fronteiras do país, e decidiu que as revistas serão endurecidas na entrada de todos os mercados natalinos franceses.

A Prefeitura de Estrasburgo informou que o mercado local ficará fechado na quarta, assim como todas as instituições culturais da cidade. As escolas, porém, estarão abertas.

Mercado de Natal em Estrasburgo, na França - Genevieve Engel - 26.nov.2018/Xinhua

O caso lembra o ataque a um mercado natalino em Berlim, em dezembro de 2016. Na ocasião, um caminhão foi jogado contra uma aglomeração de visitantes do evento, e 12 pessoas morreram.

A França tem um complicado histórico recente de atentados terroristas.

Em janeiro de 2015, os irmãos Saïd e Chérif Kouachi invadiram a Redação do jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris, e mataram 12 pessoas. No dia seguinte, um comparsa deles matou uma policial, na véspera de adentrar um mercado kosher, fazer reféns e matar outras quatro pessoas.   

Alguns meses depois, em 13 de novembro, uma sequência de ataques na periferia e em bairros boêmios da capital francesa deixou como saldo 130 mortes.

Por fim, em 2016, nas comemorações do 14 de julho, em Nice, um homem no volante de um caminhão invadiu uma via à beira-mar reservada naquela data a pedestres e fez 86 vítimas.

Por causa dos episódios de 2015, o governo decretou estado de emergência no país, medida que foi estendida diversas vezes e perdurou até outubro de 2017.

Em 2018, houve três ataques na França, o mais recente em maio, quando uma pessoa foi esfaqueada em Paris.

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