'Nem passa pela cabeça reabrir fronteiras com o Brasil', diz presidente do Paraguai

Abdo Benítez considera que alta nos casos brasileiros de Covid-19 traz grande ameaça a seu país

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São Paulo e Montevidéu | AFP

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, disse nesta sexta-feira (8) que reabrir as fronteiras com o Brasil será perigoso, pois o país concentra um grande número de casos do novo coronavírus.

"Com o que se vive no Brasil, nem passa pela nossa cabeça abrir as fronteiras, já que é o lugar onde talvez haja mais expansão da Covid-19, e isso é uma grande ameaça para nosso país", disse Abdo, durante uma visita à região de Misiones, segundo o jornal La Nación.

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, durante entrevista coletiva no aeroporto internacional em Luque
O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, durante entrevista coletiva no aeroporto internacional em Luque - Jorge Adorno - 28.ago.19/Reuters

"Já reforcei, militarizei as zonas mais vulneráveis e de maior volume de gente para fazer todo o esforço para diminuir a possibilidade de que ingressem pessoas vindas do lado brasileiro que não respeitem os protocolos", acrescentou.

O Brasil soma mais de 135 mil casos de Covid-19, e cerca de 9.100 mortes até a tarde desta sexta-feira (8). No Paraguai, houve 563 casos e dez mortes.

Abdo celebrou o fato de nenhum paraguaio estar na UTI por conta do coronavírus e de haver poucos casos de contaminação fora dos abrigos que recebem pessoas vindas do exterior.

Segundo ele, isso permitirá a retomada das atividades aos poucos. O presidente estima que 40% da economia paraguaia sigam operando durante a quarentena.

Durante a semana, outros países vizinhos também disseram ver o Brasil como uma fonte de perigo.

Na terça-feira (5), o Uruguai anunciou um aumento do controle sanitário na fronteira com o Brasil ao ver com "preocupação" a existência de casos de coronavírus em cidades fronteiriças do país, informou o secretário da Presidência, Álvaro Delgado.

Na Argentina, que mantém uma quarentena nacional desde 20 de março, o presidente Alberto Fernández expressou várias vezes sua inquietação com o avanço da epidemia no Brasil e a atitude de Bolsonaro.

"Obviamente que é um risco muito grande (...) Aqui estão entrando caminhões do Brasil transportando cargas de São Paulo, que é um dos locais mais infectados" do país, declarou Fernández na quarta-feira (6) à Rádio con Vos.

Na Venezuela, o regime do ditador Nicolás Maduro tem multiplicado as críticas a Bolsonaro e qualificado de "grande ameaça" para seu país a proximidade do Brasil pela "estupidez" de Bolsonaro.

"Sua irresponsabilidade levou milhares de brasileiros a se contaminarem. Levou à morte de milhares", disse Maduro.

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