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02/06/2010 - 02h30

Amantes de padres católicos criticam celibato em carta a Bento 16

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Em carta aberta enviada ao papa Bento 16, mulheres que afirmam já ter mantido relacionamentos amorosos com padres italianos decidiram tornar públicas as suas relações e criticar o celibato. "A ideia da carta surgiu nesta fase tão agitada para a igreja, depois que o papa reiterou em várias ocasiões o caráter sagrado do celibato. Pensamos: temos de reagir", diz Stefania Salomone, 42, que teria tido um relacionamento com um padre por cinco anos.

A carta --em que as signatárias dizem esperar que o caráter obrigatório do celibato seja eliminado-- foi divulgada pelo site noticioso Global Post na semana passada.

"A nossa voz não pode continuar a ser ignorada", afirma a carta. "Estamos tentando reafirmar --embora muitos cristãos já o saibam-- que essa disciplina não tem nada a ver com as Escrituras em geral, com os Evangelhos ou com Jesus, que nunca disse nada a respeito disso. Pelo contrário. Até onde sabemos, Ele gostava de estar rodeado por discípulos, quase todos casados, e mulheres."

Só três mulheres assinaram a carta, embora o texto mencione outras e tenha sido escrito "em nome de todas que sofrem com essa lei injusta"."O problema é que, se uma mulher fala publicamente da sua história, o companheiro sacerdote rompe com ela imediatamente. Por isso, as que assinaram contam histórias já passadas", explica Stefania.

"Tudo começou como uma relação de confiança, como as que se estabelecem entre os padres e aqueles que organizam atividades nas paróquias", ela conta. O sacerdote "não conseguia aceitar seus próprios sentimentos". "Estava perturbado, não sabia como agir. Ao fim, conseguiu negá-los e disse que não queria me ver mais", continua. Para Stefania, o celibato é "completamente inútil". "A gente esquece que houve 39 papas casados."

Outra mulher representada pela carta é Luisa, 38. Ela relata ter se apaixonado por um padre de 35 anos, com quem teria tido um filho. Conheceram-se seis anos atrás, quando o padre exercia o sacerdócio em um povoado a 40 km da casa dela. "Ele veio morar comigo. À família ele dizia que morava na paróquia, e à paróquia, que morava com a família."

"No meu povoado, a gente fingia que nada acontecia", diz ela. Mas antes do nascimento do filho, há quase dois anos, o padre decidiu deixá-la. "Foi muito duro. A família dele o enviou a um exorcista e me acusou de bruxaria." Segundo ela, o padre só viu o filho uma vez e não o reconheceu legalmente. Decepcionada com a atitude da Igreja Católica, resolveu batizar o filho segundo os ritos da Igreja Anglicana, que aceita o casamento dos padres.

 

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