Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
01/06/2010 - 18h51

Amorim diz que Brasil vai cumprir eventuais sanções da ONU contra o Irã

Publicidade

NOELI MENEZES
DE BRASÍLIA

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, criticou nesta terça-feira as potências nucleares, que, segundo ele, não tiveram sucesso em tentar um acordo com o Irã porque "falam do alto de sua arrogância".

O chanceler afirmou, no entanto, que o Brasil vai cumprir eventuais sanções impostas pela ONU ao Irã por conta de seu programa nuclear.

Em audiência pública no Senado, Amorim afirmou que diminui a credibilidade do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) o fato de cinco potências nucleares serem também os cinco membros permanentes do conselho com direito a veto.

Os cinco membros permanentes do CS são EUA, França, Reino Unido, Rússia e China.

"A gente não pode exagerar muito nisso porque senão fica sem nada. Mas esses países negociam entre si. Nós não sabemos nem o que se passa nessa negociação. Se há favores que estão sendo trocados. Se há outros aspectos alheios à questão nuclear que estão envolvidos."

De acordo com o chanceler, os EUA estão tentando desqualificar o acordo Brasil-Turquia-Irã dizendo que o documento não cumpre pontos que nunca estiveram em negociação.

Para o chanceler, o acordo segue o molde proposto pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica). Prevê, tal como especificava Barack Obama na carta ao presidente Lula, que o Irã transfira 1.200 quilos de LEU (iniciais em inglês para urânio levemente enriquecido) para outro país.

Sobre o argumento dos EUA de que a proposta de transferência de 1.200 quilos era para outubro e que, desde então, o Irã já enriqueceu mais urânio, Amorim disse que ainda assim Teerã não terá combustível suficiente para fabricar a bomba atômica se o acordo for cumprido.

"Pelos dados da AIEA, o Irã tem hoje 2.427 quilos de LEU. Se transferir 1.200 quilos para outro país, ficará com menos do que precisaria para começar a pensar em fabricar a bomba. Esse urânio está sob vigilância da agência. O Irã não pode dispor dele como quiser."

Em defesa do diálogo com o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad, o ministro citou entrevista do ex-diretor da AIEA Mohamed El Baradei, nobel da Paz em 2005, ao "Jornal do Brasil".

O diplomata egípcio elogia o acordo mediado por Brasil e Turquia e afirma que "a ideia de que o Irã é uma ameaça nuclear no presente ou que conseguirá armas nucleares no próximo mês ou em dois meses é totalmente exagerada".

Sanções

O chanceler afirmou, no entanto, que o Brasil vai cumprir eventuais sanções impostas pela ONU ao Irã por conta de seu programa nuclear.

"O Irã é um grande país e com o qual queremos ter relações comerciais. É natural que, dentro dos interesses de manter um relacionamento com eles, o Brasil queira buscar uma solução para o impasse. O Brasil não seria beneficiado pelas sanções, já que vai respeitá-las", disse.

Amorim afirmou que o governo brasileiro sempre ressaltou aos iranianos que, "se houver sanções, vai cumpri-las".

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página