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Otan lança operação mais ousada no Afeganistão em quase 9 anos
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DA FRANCE PRESSE, EM KANDAHAR
As forças da Otan iniciaram em Kandahar, base dos talebans no sul do Afeganistão, a operação mais ousada em quase nove anos de guerra, o que promete ser um teste crucial para sua estratégia contra a insurgência.
Grande parte dos 30 mil soldados americanos de reforço enviados ao Afeganistão pelo presidente Barack Obama começaram a convergir para Kandahar, berço taleban deixado de lado por longo tempo pelas forças da coalizão, e onde os insurgentes islâmicos, expulsos do poder em 2001, ganharam terreno.
O objetivo é ajudar as forças armadas afegãs a reestabelecer a autoridade do governo nessa ampla província, cuja capital de 800 mil habitantes está infiltrada pelos talebans e por grupos de criminosos.
A operação das próximas semanas se dividirá em três zonas: os distritos em torno de Kandahar e que servem de base para os insurgentes, particularmente Zhari, a oeste, e Arghandab, ao norte; a periferia imediata de Kandahar para controlar seu acesso, e o interior da capital do sul, onde as tropas estrangeiras duplicarão os esforços para formar uma polícia afegã mais confiável.
No entanto, as tropas pretendem evitar o possível uso da força no interior de Kandahar, para não empurrar a população para se unir aos insurgentes.
Mas essa "batalha de percepção" será complexa, admitem militares e especialistas. Com a retomada dos combates nas últimas semanas, os talebans assassinaram uma dezena de personalidades locais na cidade onde seu movimento nasceu, e lançaram diversos ataques com foguetes contra a base militar de Kandahar.
No domingo, dois civis e um policial morreram e onze civis ficaram feridos na explosão de uma mina artificial. Na sexta-feira, a Otan anunciou ter matado o comandante dos insurgentes de Kandahar, o mulá Zergay.
Mas o aspecto militar não é mais que uma das faces da operação que está por vir. Em Kandahar, a Otan também tem que resolver o delicado problema da corrupção dos poderes locais.
Assim, no nível político, a estratégia da Aliança não está clara. O chefe do conselho da província, Ahmed Wali Karzai, meio-irmão do presidente afegão e sobre o qual pesam sérias suspeitas de narcotráfico, provoca mal-estar na coalizão, que estima que o problema deve ser resolvido pelo governo.
No entanto, "a política da Kamdahar alimenta a insurreição, aliena a população, e priva a Otan de parlamentares dignos de confiança", afirmou Carl Forsberg, especialista de um instituto de estudos da guerra.
Obter sucesso nessa província chave é urgente, já que a Otan não conseguiu acabar com a ameaça dos talibãs na província vizinha de Helmand, onde a coalizão lançou uma ampla ofensiva em fevereiro passado.
Para o comandante das forças internacionais no Afeganisão, o general Stanley McChrystal, o tempo corre: a administração Obama conta fazer um balanço no final de 2010 sobre a campanha afegã, para poder confirmar um começo de retirada das tropas americanas em julho de 2011.
Para alguns, a sorte já foi lançada. "Na minha opinião, o curso da guerra ficará estabelecido antes do Ramadã", no mês de agosto, considerou um oficial americano mobilizado na província.
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