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Hillary viaja à América Latina e alerta sobre "manobras" do Irã
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DA REUTERS, EM WASHINGTON
A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, alertou na segunda-feira sobre as "manobras" do Irã, antes de embarcar para uma visita à América Latina, região cuja principal potência, o Brasil, se opõe à campanha norte-americana para que a ONU (Organização das Nações Unidas) adote novas sanções à República Islâmica.
Hillary afirmou que o Irã fará "alguma manobra" nos próximos dias para tentar evitar sanções, mas previu que isso não vai funcionar.
"Acho que veremos algo aparecendo nas próximas 24 a 48 horas", disse ela a jornalistas a bordo do seu avião, antes de partir. "Não acho que ninguém vai se surpreender se eles tentarem desviar mais uma vez a atenção da unidade dentro do Conselho de Segurança [da ONU], mas temos os votos [para aprovar as sanções]."
A secretária participará no Peru de uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) e, em seguida, irá a Equador, Colômbia e Barbados.
O governo do presidente Barack Obama tem sido criticado na América Latina pela falta de resultados concretos em suas promessas de estreitar a cooperação com a região e tratar temas delicados, como o embargo a Cuba e as leis norte-americanas de imigração.
"As expectativas na região foram muito além da realidade, e há certo desapontamento e cinismo", disse Eric Farnsworth, vice-presidente da entidade Conselho das Américas, de Washington.
"Algumas dessas coisas são diabolicamente difíceis, e não vai acontecer da noite para o dia. A secretária vai tentar colocar isso num contexto mais amplo."
A questão do Irã abalou as relações Brasil-EUA. Washington quer levar a votação nesta semana uma nova resolução da ONU contra o Irã, mas Brasil e Turquia, membros temporários do Conselho, defendem que haja mais tempo para a diplomacia. Os dois países mediaram no mês passado um acordo de intercâmbio de combustível nuclear para o Irã.
Apesar dos atritos, EUA e Brasil dizem que o Irã é apenas um item na crescente relação entre os dois países. A disputa, no entanto, coloca os EUA publicamente em rota de colisão com uma potência regional que busca um maior espaço no cenário global.
Esta será a segunda viagem de Hillary à América Latina em três meses. Ela deve reafirmar o compromisso dos EUA em questões como combate ao narcotráfico e comércio regional.
Mas discordâncias podem surgir na reunião da OEA no Peru, especialmente a respeito da readmissão de Honduras, suspensa do bloco regional por causa do golpe de Estado de 2009. Os EUA defendem a readmissão, enquanto o Brasil e outros países se opõem.
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