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07/06/2010 - 14h56

Diretor de agência atômica diz que Irã não coopera o suficiente

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DA EFE, EM VIENA

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, pediu nesta segunda-feira (7) ao Irã que cumpra as obrigações internacionais para garantir que seu programa nuclear é pacífico e reiterou que se trata de um "caso especial", pois há suspeitas de que suas atividades atômicas tenham "dimensão militar".

Na abertura da reunião de verão do Conselho de Governadores da AIEA, Amano acrescentou que Teerã "não oferece a cooperação necessária para permitir ao organismo confirmar que todo seu material nuclear serve para atividades pacíficas".

Essas declarações do responsável máximo do organismo foram feitas em paralelo às negociações das grandes potências do Conselho de Segurança da ONU para uma nova rodada de sanções contra a República Islâmica.

"Peço ao Irã que tome as medidas para aplicar plenamente seus acordos de salvaguardas (controles) e outras obrigações", incluindo inspeções sem aviso prévio em todas as instalações atômicas desse país, manifestou Amano.

Há anos, a AIEA investiga as "possíveis dimensões militares" do programa nuclear iraniano com base em informações reservadas recebidas pelos Estados Unidos e vários de seus aliados europeus.

O Irã afirma que essas alegações, que entre outros assuntos se referem a possíveis experimentos com explosivos especiais, são falsas e manipuladas. Por isso, o país se nega a debater o assunto com a AIEA.

Por outro lado, Amano destacou em seu discurso diante dos 35 países-membros da Agência que o Irã inaugurou um novo regime de inspeções, mais severo do que o normal, para controlar uma parte de seu programa de enriquecimento.

Negociações

No último dia 17, Brasil, Irã e Turquia assinaram o acordo pelo qual Teerã se comprometeu a enviar 1.200 kg de seu estoque de urânio pouco enriquecido à Turquia, sua vizinha, para em um ano receber de volta 120 kg do material processado a 20% para uso em pesquisa médica.

Os EUA rejeitaram o pacto nuclear, apontando-o como uma estratégia do Irã para evitar novas retaliações da ONU (Organização das Nações Unidas) devido a seu programa nuclear. Um dia após a assinatura do acordo, os EUA apresentaram ao Conselho de Segurança da ONU uma proposta para impor novas sanções ao país persa.

Turquia e Brasil e Irã pediram uma suspensão das discussões sobre as sanções por causa do acordo de troca de combustível, mas as potências ocidentais suspeitam que o acordo seja apenas uma tática iraniana para evitar ou postergar as sanções.

O Ocidente teme que o Irã pretenda desenvolver armas nucleares, mas Teerã afirma que o seu programa tem fins pacíficos.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pediu que Obama aceite o acordo nuclear mediado por Brasil e Turquia. Segundo ele, o líder americano "perderá uma oportunidade histórica" de cooperação com Teerã caso o rejeite.

Amano disse que em 24 de maio recebeu a proposta do Irã e que a reenviou à França e Rússia, os dois países que também poderiam processar o urânio iraniano.

"Estou esperando suas respostas", assinalou Amano perante o plenário da AIEA.

 

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