Vítima de acidente que matou presidente polonês teve cartão roubado

Quatro soldados foram presos na Rússia sob suspeita de terem roubado cartões de crédito de uma das vítimas do acidente aéreo que matou 96 pessoas, incluindo o presidente polonês Lech Kaczynski, disseram autoridades da Polônia nesta segunda-feira.

Um oficial do Ministério da Defesa russo se negou a comentar, mas as duas maiores agências de notícias russas, a RIA e a Interfax, citaram autoridades dos "serviços armados", em anonimato, dizendo que ao menos três homens tinham sido detidos por usar os cartões roubados.

Promotores poloneses estiveram investigando o roubo de dois cartões de crédito que pertenciam a Andrzej Przewoznik, um historiador que morreu quando o avião presidencial caiu em 10 de abril no oeste da Rússia.

"Posso confirmar que fomos informados [pelo lado russo] que quatro soldados das unidades que cuidaram da área do acidente foram detidos", disse uma porta-voz da Agência de Segurança Interna.

O porta-voz do governo polonês, Pawel Gras, também confirmou a acusação.

Monika Lewandowska, uma porta-voz dos promotores de Varsóvia, disse que o equivalente a 6.000 zlotys (cerca de R$ 3.200) foram sacados com um dos cartões de Przewoznik cerca de duas horas após o desastre aéreo.

Lewandowska disse que dois cartões de crédito foram roubados e que um foi usados poucas horas após o acidente, no primeiro de 11 saques ao longo de três dias em um caixa eletrônico em Smolensk, na Rússia. Um segundo cartão da mesma vítima também foi roubado, e houve seis tentativas frustradas de sacar dinheiro com ele.

O presidente polonês em exercício, Bronislaw Komorowski, pediu ao presidente russo, Dmitri Medvedev, no último mês para aumentar a segurança no local onde o avião caiu, perto de Smolensk, após investigações polonesas reportarem que bens pessoais das vítimas tinham sido desenterrados.

A imprensa local também mostrou imagens de civis recolhendo itens perto dos destroços do avião logo após o acidente.

A tragédia causou choque e luto na Rússia e na Polônia, e criou esperanças de que as relações entre os dois países pudesse melhorar.

COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS