Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
23/06/2010 - 02h47

América Latina é área com maior aumento do consumo de coca no mundo, diz ONU

Publicidade

DA EFE

A América Latina é a parte do planeta com o maior crescimento no consumo de cocaína e já tem mais de dois milhões de consumidores, indicou o representante regional para o México, América Central e Caribe do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (Unodc), Antonio Mazzitelli.

"A taxa mais alta de crescimento do consumo de cocaína não está nos Estados Unidos, está na América Latina: Brasil, Argentina (...)", disse Mazzitelli em entrevista no Panamá junto ao subdiretor da Unodc, Francis Maertens.

Segundo dados do relatório anual da Unodc 2010, a América do Sul, América Central e Caribe têm 2,7 milhões de consumidores, aos quais chegam 20% do entorpecente distribuídos no mundo, atrás dos Estados Unidos (41%) e da Europa (26%).

"Há 20 anos, 90% do consumo era dos Estados Unidos", lembrou Mazzitelli.

"Tudo tem que ser visto em perspectiva. Seguramente se produz mais, se consome mais, mas considerando o que foi a epidemia da coca na década de 80 nos Estados Unidos e a sua expansão em todos os mercados, ainda é possível conter o problema", ressaltou o representante do Unodc.

Por sua vez, Maertens disse que as estimativas do organismo situam a produção mundial de cocaína "em torno das mil toneladas ao ano", embora tenha caído "nos dois últimos anos".

Também afirmou que cerca de 45% da produção da cocaína é apreendida, embora nesse cálculo se contabilizam confiscos de folha de coca, pasta de coca, cocaína nos países produtores, em trânsito, etc.

Mazzitelli assegurou que o narcotráfico é um problema de segurança, de capacidade do Estado de brindar segurança e justiça e, "sobretudo, de fazer frente a problemas de desenvolvimento, muito mais que de problemas exclusivamente de segurança".

Nesse sentido, afirmou que é preciso investir em gerar estruturas para apoiar o Estado de Direito, porque "se constroem estradas, mas não tribunais".

Além disso, afirmou que "aumentar as penas às drogas não soluciona o problema", já que este "é um problema de crime organizado".

No entanto, descartou que a legalização seja uma via para regular o assunto porque "o narcotráfico é o negócio mais proveitoso para o crime organizado, mas não o único" e toda a problemática, segundo ele, reside na existência deste tipo de grupos.

Mazzitelli também defendeu a atuação dos organismos, agências e mecanismos internacionais para lutar contra este flagelo e disse que "não há descoordenação", embora "exista pluralidade de operadores e cada um tenha suas prioridades".

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página