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06/07/2010 - 09h45

Exército de Israel indicia soldado por homicídio na guerra em Gaza

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Força de Defesa de Israel indiciou um de seus soldados por homicídio pelo assassinato de duas palestinas enroladas em bandeiras brancas, símbolo de paz, durante a ofensiva israelense na faixa de Gaza, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009.

O advogado militar major general Avichai Mandelblit decidiu levar o militar, cujo nome não foi revelado, para a Corte Marcial.

O incidente ocorreu em 4 de janeiro de 2009, em Juhar a-Dik, perto da Cidade de Gaza, quando um grupo de cerca de 30 civis palestinos, incluindo mulheres e crianças, se aproximaram de um dos postos militares israelenses. O grupo, segundo várias testemunhas, estava agitando bandeiras brancas.

O militar, da Brigada Givati, abriu fogo contra o grupo, matando Majda Abu Hajiji, 35, e sua mãe, Salama, 64. O incidente foi investigado por uma comissão israelense e citado no relatório Goldstone, da Comissão de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), sobre o conflito em Gaza.

Segundo o jornal "Jerusalém Post", Mandelblit decidiu indiciar o soldado por homicídio após descobrir que ele abriu fogo contra os civis intencionalmente e contra ordem dos superiores.

Mandelblit também decidiu submeter a uma audiência disciplinar um comandante de batalhão que permitiu que suas tropas enviassem um palestino para uma casa onde terroristas estavam escondidos para tentar forçar a retirada deles.

Segundo o comandante, que não estava no local durante o incidente, a aprovação foi concedida porque o próprio palestino pediu aos soldados para ir até o local, em uma tentativa de evitar a demolição de sua casa, vizinha ao local.

O advogado decidiu ainda lançar uma nova investigação criminal sobre o bombardeio aéreo de uma casa em Zeitoun, na Cidade de Gaza, ocupada por cerca de cem membros de uma família.

Ofensiva

Israel lançou em 27 de dezembro de 2008 uma grande ofensiva contra o grupo islâmico palestino Hamas na faixa de Gaza, com objetivo declarado de retaliar o lançamento de foguetes contra o território israelense.

Segundo o Centro Palestino de Direitos Humanos, a operação deixou 1.434 palestinos mortos --incluindo 960 civis, 239 policiais e 235 militantes. Já as Forças de Defesa israelenses admitiram ter matado 1.370 pessoas, incluindo 309 civis inocentes, entre eles 189 crianças e jovens com menos de 15 anos.

Diversos grupos de direitos humanos divulgaram relatórios criticando os dois lados por crimes de guerra --Israel pelo abuso de força em um território populoso e o Hamas por usar civis como escudos e por atirar foguetes indiscriminadamente contra Israel.

O Exército israelense realizou uma investigação interna em abril de 2009, diante de relatos publicados no jornal israelense "Haaretz" de soldados que lutaram na recente ofensiva na faixa de Gaza e que descrevem assassinato de civis inocentes, além de um bilhete que ordena ataques a equipes médicas e a campanha dos rabinos do Exército para transformar a operação em uma "guerra santa". Na época, as Forças Armadas israelenses rejeitaram as denúncias como boatos.

 

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