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12/07/2010 - 10h16

Militantes do Al Shabab querem impor lei islâmica na Somália; saiba mais

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DE SÃO PAULO

A polícia e o governo de Uganda suspeitam que o grupo islâmico radical Al Shabab esteja por trás dois dois atentados a bomba que mataram ao menos 64 torcedores que assistiam à final da Copa do Mundo neste domingo, em Uganda. O grupo não assumiu a autoria, mas comemorou o ataque ao país.

Os militantes da Shabab ameaçaram recentemente atacar a Uganda e Burundi por enviarem tropas de manutenção de paz à Somália, onde eles querem impor um Estado islâmico.

Saiba mais sobre o grupo terrorista:

GUERRA NA SOMÁLIA

-- Al Shabab significa "jovem" em árabe. O grupo tomou controle de grandes áreas do sul e do centro da Somália, país que não tem um governo efetivo desde 1991, quando senhores da guerra derrubaram o ditador militar Mohamed Siad Barre.

-- As tentativas do governo interino, apoiado pelo Ocidente, de restaurar o comando central foram paralisadas pelos ataques terroristas e confrontos com insurgentes. Desde 2007, mais de 21 mil pessoas morreram no conflito e outras 1,5 milhão foram deslocadas. O caos também ajudou o crescimento dos sequestros e da pirataria na costa do país.

-- A milícia radical do Shabab era parte do Conselho de Cortes Islâmicas da Somália, movimento que expulsou o governo de Mogadício em junho de 2006 --e que foi destituído por tropas etíopes e somalis seis meses depois.

PRÁTICAS DURAS

-- Em junho de 2009, comandantes do Shabab em um dos redutos do grupo em Mogadício ordenaram que quatro adolescentes tivessem uma mão e uma perna cortadas como punição por roubo.

-- A interpretação da sharia, a lei islâmica, feita pelo Shabab chocou muitos somalis, que são em sua maioria muçulmanos moderados. Alguns moradores, contudo, dão crédito aos insurgentes por restaurar a ordem às regiões sob seu controle.

-- O Shabab é um dos grupos listados pela ONU (Organização das Nações Unidas) como recrutadores de crianças soldados para a guerra santa contra o governo somali e seus aliados.

SOLDADOS ESTRANGEIROS

-- O governo somali disse que centenas de soldados estrangeiros se uniram à insurgência. Eles vêm de países como Afeganistão, Paquistão, da região do golfo e até de nações ocidentais como Estados Unidos e Reino Unido. Alguns dos jihadistas estrangeiros assumiram posições de comando no Shabab.

-- Em julho do ano passado, a polícia australiana prendeu quatro homens ligados ao grupo, aumentando temores de que eles mantêm alvos fora da Somália.

-- Em setembro de 2009, insurgentes do Shabab atingiram a principal base militar da União Africana em Mogadício. O ataque, com dois carros-bomba, matou 17 tropas de manutenção de paz no que os rebeldes chamaram de vingança pela morte, por forças americanas, do queniano Salah Ali Saleh Nabhan, um dos nomes na lista de procurados por vínculo com a Al Qaeda.

-- O Shabab sequestrou em julho do ano passado dois conselheiros de segurança franceses e exigiram o fim do apoio da França ao governo somali, além da retirada das tropas de paz da União Africana.

-- Recentemente, o Shabab ameaçou Campala, capital de Uganda, e Bujumbura, capital de Burundi, por contribuírem com soldados da tropa de 6.100 homens da força de paz da União Africana, a Amisom.

-- O Programa Mundial de Alimentos da ONU suspendeu a maior parte de seus serviços no sul da Somália, em janeiro passado, por ameaças contra sua equipe e exigências inaceitáveis dos militantes do Shabab que controlam a região.

 

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