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OEA discutirá na próxima quinta disputa entre Colômbia e Venezuela
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DE SÃO PAULO
DA EFE, EM BOGOTÁ (COLÔMBIA)
O Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos) analisará em sessão extraordinária na próxima quinta-feira (22) a denúncia da Colômbia sobre a presença de chefes guerrilheiros na Venezuela, informou Bogotá.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, rejeitou as denúncias, convocou o embaixador do país na Colômbia para consultas e ameaçou romper de vez os estremecidos laços com o governo de Álvaro Uribe.
Uribe pediu nesta sexta-feira a convocação, o mais rápido possível, de uma sessão extraordinária para examinar a presença de comandantes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e do Exército de Libertação Nacional (ELN) em território do país vizinho. Ambos os grupos têm promovido uma campanha armada contra o governo colombiano desde os anos 1960.
A acusação é antiga, mas desta vez o governo colombiano exibiu um vídeo que provaria que Chávez abriga guerrilheiros em seu país.
Segundo um comunicado oficial de Uribe, a reunião virá após "muitos esforços fracassados para a solução deste grave problema através do diálogo direto com a Venezuela e das ocasiões nas quais foi comunicada a situação à OEA e a seu secretário-geral".
Uribe afirmou que a informação foi discutida, de forma particular, em reuniões privadas dos presidentes. Ele deixa claro ainda em seu comunicado que já pediu para outros países ajudarem a intermediar o diálogo com Caracas, entre eles a Espanha, Cuba e o Brasil.
O comunicado assinala também que, segundo foi acordado na reunião de Cancún de 22 de fevereiro de 2010, os dois governos aceitaram a facilitação, acompanhados pelo Brasil, México e República Dominicana".
De acordo com o texto, o presidente dominicano, Leonel Fernández, chegou a ir à fronteira entre Colômbia e Venezuela para tratar do assunto, mas sua ação "foi desautorizada pelo governo da Venezuela".
CRISE DIPLOMÁTICA
Em resposta à denúncia, Hugo Chávez convocou seu embaixador em Bogotá, negou as acusações, exigiu provas e afirmou que o líder colombiano é "mafioso".
A situação foi agravada ainda mais quando o presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse que não participará da posse de Santos, e ameaçou cortar relações diplomáticas com os colombianos.
"É uma patranha do governo burguês da Colômbia, governo apátrida da Colômbia. Não vou cair em provocações", declarou o venezuelano em um ato transmitido nesta sexta-feira em rede nacional de rádio e TV.
Essa ação "obedece ao desespero de Uribe, que está de saída, mas não significa que vamos ficar calados", continuou Chávez, referindo-se ao mandato do presidente colombiano, que será encerrado em 7 de agosto. Ele "é um mafioso e é capaz de qualquer coisa porque está cheio de ódio", completou.
RETOMADA DE RELAÇÕES
As relações bilaterais entre Colômbia e Venezuela foram "congeladas" em julho de 2009 por Caracas, depois do anúncio de um acordo de cooperação militar entre Bogotá e Washington que Chávez considerou uma "ameaça para a segurança regional".
Chávez indicou que as acusações de Uribe constituem um obstáculo a qualquer iniciativa do presidente-eleito na Colômbia, Juan Manuel Santos, de tentar retomar as relações bilaterais entre os dois países.
"Isso que está ocorrendo é o desespero do grupo da extrema-direita que rodeia Uribe para tentar gerar um grande conflito e impedir Santos de voltar a estabelecer relações respeitosas com sua irmã Venezuela", afirmou Chávez.
"Acreditamos sinceramente que o novo governo da Colômbia tem agora um grande obstáculo que é o velho governo", afirmou o presidente.
Chávez disse ainda esperar que o "novo presidente da Colômbia honre seu posto (...) apesar de seu passado" e assegurou que o restabelecimento das relações bilaterais é "bom" para todos.
LÍDERES
De acordo com uma nota oficial divulgada ontem pela Colômbia, os líderes seriam Iván Márquez; Rodrigo Granda, conhecido como Ricardo; Timoleón Jiménez, conhecido como Timochenko; e Germán Briceño, conhecido como Grannobles (das Farc); assim como Carlos Marín Guarín, conhecido como Pablito (do ELN)". Segundo a Presidência colombiana, também estão na Venezuela "outros integrantes do grupo terrorista ELN".
Iván Márquez é membro do secretariado (comando central) das Farc, e em 2007 foi recebido em Caracas pelo presidente venezuelano Hugo Chávez, quando este, a pedido de seu homólogo colombiano Alvaro Uribe, mediava uma troca de reféns da guerrilha por rebeldes presos.
Rodrigo Granda, considerado o "chanceler" das Farc, foi libertado por Uribe em 2007 para facilitar essa tentativa de troca. Timoleón Jiménez também faz parte do secretariado das Farc e foi o encarregado de anunciar, em 2008, a morte por causas naturais de seu fundador, Manuel Marulanda "Tirofijo". Germán Briceño é o irmão do chefe militar das Farc, "Mono Jojoy".
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