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21/07/2010 - 07h46

Piores chuvas em 12 anos deixam mais de 700 mortos na China

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

As chuvas torrenciais que atingem a China neste verão já deixaram 701 mortos e outros 347 desaparecidos, na pior tragédia do tipo desde 1998. A situação ainda pode se agravar, alerta o governo, já que o país passa pela temporada anual de tufões.

Segundo Liu Ning, vice-ministro de Recursos Hídricos, estas vítimas foram registradas desde o começo do ano. Somente nas duas últimas semanas, contudo, 187 pessoas morreram em enchentes e deslizamentos de terra causados pelas chuvas.

Aly Song /Reuters
Moradores caminham pelo que restou de uma ponte coberta de água em Poyang; chuvas mataram mais de 700
Moradores caminham pelo que restou de uma ponte coberta de água em Poyang; chuvas mataram mais de 700

As previsões meteorológicas não são otimistas. Os serviços de previsão do tempo advertiram que as chuvas continuarão no sul e centro do país, mas também se deslocarão ao norte.

"Devemos antecipar desastres graves", advertiu Liu, dizendo que as chuvas já 30% superiores à média dos registros históricos.

Os números anunciados pelo Ministério de Assuntos Civis e o Escritório Estatal de Controle de Inundações e Seca assinalam que as chuvas em 27 Províncias afetaram 117 milhões de pessoas e obrigaram mais de 8 milhões a deixarem suas casas.

As perdas materiais diretas somam 142 bilhões de iuanes (R$ 37 bilhões), com 645 mil casas derrubadas e sete milhões de hectares de cultivo comprometidos.

Apesar disso, as autoridades chinesas esperam que não se repita a situação de 1998, quando as águas do rio Yangtsé, o maior do país, registraram altas históricas. Na época, mais de 4.150 pessoas morreram e outras 18 milhões foram deslocadas.

TUFÕES

Liu alertou ainda que a temporada de tufões está apenas começando no sudeste da Ásia. "Durante este período, haverá chuvas torrenciais e grandes inundações. As precipitações continuarão", disse.

AP
Poste de luz fica encoberto por enchentes do rio Yangtze, no sudoeste da China; 347 estão desaparecidos
Poste de luz fica encoberto por enchentes do rio Yangtze, no sudoeste da China; 347 estão desaparecidos

Segundo o Escritório Estatal de Controle de Inundações e Secas, a China deve sentir os efeitos de entre seis e oito temporais extremos.

Já o Centro Nacional de Meteorologia comunicou nesta quarta-feira que a tempestade tropical Chanthu chegará quinta-feira às Províncias meridionais de Hainan e Cantão, com tempestades e rajadas de vento de 108 km/h.

RIOS

Liu afirmou ainda que o país tem 230 rios cujo caudal supera o nível de alerta. Além disso, outros 25 rios, entre eles alguns de grande porte, registram níveis superiores a qualquer medição histórica.

O enorme fluxo de água nos rios destruiu seis pequenas represas no país, e foram verificados problemas em várias outras.

Liu destacou, no entanto, o papel da represa das Três Gargantas, o maior projeto hidrólogo do mundo, que na quarta-feira teve um recorde com a recepção de 70 mil metros cúbicos de água por segundo, superior aos 63 mil metros cúbicos de 1998.

Estas quantidades supõem o primeiro grande teste da obra, localizada no centro do país, desde que entrou em pleno funcionamento, em 2008.

O nível das águas nas Três Gargantas se situa atualmente em 154 metros de altura. A construção está preparada para suportar um máximo de 175 metros, equivalentes a 39,3 bilhões de metros cúbicos de água.

A represa, que começou a ser construída em 1993 mas foi sugerida por Mao Tsé-tung nos anos 50, foi pensada para responder à crescente demanda energética do delta do Yang Tsé (Xangai e arredores) e reduzir as inundações e cheias estacionais do maior rio asiático.

"Sem a represa, que serviu de bloqueio, as águas teriam fluído abertamente e superado os diques (do curso inferior)", reconheceu Liu.

 

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