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Polícia interroga herdeira da L'Oréal por escândalo de doações ilegais na França
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A multimilionária francesa Liliane Bettencourt, herdeira do grupo de cosméticos L'Oréal, foi interrogada nesta segunda-feira em sua residência, como parte da investigação sobre doações ilegais à campanha do presidente Nicolas Sarkozy, em 2007, além de evasão fiscal e conflitos de interesse.
A polícia realizou ainda uma busca pela residência de Bettencourt em Neuilly-sur-Seine, elegante subúrbio de Paris do qual Sarkozy foi prefeito. A mulher mais rica da Europa, segundo a revista "Forbes", está sendo tratada como testemunha e não suspeita.
Uma disputa dentro da família Bettencourt se transformou nas últimas semanas em um escândalo político que ameaça a já baixa popularidade de Sarkozy e da direita. O presidente nega as acusações e diz que são um esforço para o prejudicar.
Bettencourt, 87, responde sobre o conteúdo das gravações clandestinas entre ela e seus assessores, realizadas por seu ex-mordomo entre maio de 2009 e maio de 2010, as quais sugerem operações fraudulentas na gestão de sua fortuna.
As gravações feitas ilegalmente revelam conversas entre a herdeira e seus conselheiros financeiros sobre métodos para sonegar impostos. Os interlocutores dão a entender que o atual ministro do Trabalho, Eric Woerth, então ministro de Orçamento, estaria consciente das operações.
Há ainda suspeitas de conflitos de interesse ou tráfico de influência envolvendo o ministro Woerth, cuja mulher, Florence, trabalhou numa empresa encarregada de administrar a fortuna de Bettencourt quando ele estava no cargo de ministro do Orçamento (de 2007 a março de 2010).
Florence trabalhou como contadora da herdeira de 2007 até o fim de junho de 2010, renunciando depois do estouro do escândalo.
Um terceiro caso envolve as denúncias de Claire Thiboult, ex-contadora de Bettencourt, de que Woerth teria recebido os 150 mil euros em dinheiro vivo de Patrice de Maistre, seu amigo pessoal e o principal conselheiro financeiro da multimilionária, para a campanha de Sarkozy.
Thiboult afirma ainda que Maistre lhe pediu para retirar 50 mil euros em um caixa automático para dar a Woerth, tesoureiro do partido governista UMP.
O financiamento é ilegal segundo a legislação francesa, que limita a 4.600 euros as doações a candidatos por pessoas físicas e determina que o repasse de verbas somente pode ser feito em espécie quando inferior a 150 euros.
Woerth será interrogado em breve dentro das mesmas investigações preliminares da promotoria de Nanterre, subúrbio de Paris.
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