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02/08/2010 - 23h10

ONU irá investigar ataque israelense a frota; Turquia comemora anúncio

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, anunciou nesta segunda-feira que o órgão irá investigar o ataque de Israel a uma frota humanitária na faixa de Gaza --que matou nove ativistas turcos em 31 de maio-- depois que o país concordou em cooperar com os trabalhos. A Turquia elogiou a decisão.

"É imperativo que a investigação seja realizada de forma rápida, objetiva e transparente, conforme as normas internacionais. Cremos que todos os membros do painel atuarão de maneira objetiva e responsável", disse em comunicado a chancelaria turca.

A investigação será presidida pelo ex-premiê neo-zelandês Geoffrey Palmer e terá o atual presidente colombiano, Álvaro Uribe, --que deixa o governo no próximo dia 7-- como vice.

A comissão terá ainda um membro israelense e outro turco, que serão anunciados em breve pela ONU. O grupo de quatro pessoas começará a trabalhar em 10 de agosto e entregará seu primeiro relatório no meio de setembro, de acordo com Ban.

O ataque à flotilha --que era liderada por uma embarcação turca e tentava levar ajuda humanitária a Gaza-- causou protestos da comunidade internacional e deteriorou as relações entre Israel e Turquia. Depois das críticas sofridas, Israel foi forçado a aliviar o bloqueio.

Ban qualificou a investigação como uma "ação sem precedentes", e agradeceu aos líderes de Israel e da Turquia por seu "espírito de compromisso e cooperação". Segundo ele, a comissão fará recomendações para evitar incidents futuros. O líder da ONU disse esperar que a investigação ajude a melhorar as desgastadas relações entre Turquia e Israel.

De acordo com o porta-voz da ONU Martin Nesirky, não será uma investigação criminal. "Os trabalhos visam descobrir as circunstâncias e o contexto do incidente", disse ele a jornalistas.

A medida parece ser um esforço de Israel para reatar os laços com a Turquia, rara aliada muçulmana na região que retirou seu embaixador de Israel e cancelou os exercícios militares conjuntos. O país exige uma investigação internacional, além de um pedido de desculpas, indenização às vítimas e a devolução da embarcação.

INCIDENTE

Os navios com ajuda humanitária navegavam rumo a Gaza para tentar romper com o bloqueio imposto por Israel contra o governo do grupo islâmico radical Hamas. Os passageiros afirmam que os israelenses dispararam sem qualquer tipo de provocação.

Uma investigação do Exército de Israel acusa os militares de fracassarem no planejamento e na análise de dados de inteligência, mas os exonera de negligência no assassinato de nove ativistas turcos.

O relatório divulgado no último dia 12 mantém a versão israelense de que os militares estavam se defendendo do ataque dos ativistas pró-palestinos. Segundo partes do relatório divulgadas para a imprensa, os turcos foram mortos depois de ameaçarem com facas e paus os comandos israelenses que invadiram o Mavi Marmara. Israel já havia alertado os barcos que usaria força caso insistissem em furar o bloqueio de Gaza.

O documento aponta que os militares erraram ao subestimar o potencial da resistência dos ativistas a bordo, mas diz que não havia outro meio de impedir que o navio entrasse em Gaza. O relatório não pediu ainda qualquer ação disciplinar contra os oficiais.

A comissão israelense, contudo, tinha como objetivo esclarecer os fatos e não atribuir responsabilidades aos políticos e militares que tomaram as decisões.

 

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